Abril 2, 2020
Covid-19 | Violência Doméstica
A transversalidade é uma característica comum à pandemia provocada pela propagação do Covid-19 e à Violência Doméstica. Ambas afetam as diferentes classes sociais, homens e mulheres, jovens, adultos e idosos, e atuam silenciosamente. A contingência atual que obriga os cidadãos ao isolamento social não é vivida por todos da mesma forma. Por vezes, não tão poucas quanto desejável, o próprio lar, para muitos um porto de abrigo, pode mesmo ser o pior inimigo.
Na atual situação de pandemia – que veio alterar drasticamente as rotinas dos cidadãos e nalguns casos conduziu até ao desemprego – os estados emocionais dos indivíduos tendem a deteriorar-se. Sentimentos de nervosismo, ansiedade, frustração ou raiva potenciam eventuais episódios de Violência Doméstica.
Com o isolamento, nestes casos, há tendencialmente um maior controlo do agressor sobre a vítima, um aumento de insegurança e vulnerabilidade e, para as vítimas, menor capacidade de denunciar e/ou pedir ajuda.
Se é vítima de violência doméstica proteja-se.
. Fique atento/a;
. Identifique possíveis sinais de alarme;
. Identifique as áreas seguras da casa;
. Partilhe a situação com pessoas de confiança;
. Ensine os seus filhos a pedir ajuda e a não se envolverem na agressão;
. Defina com as pessoas que coabitam consigo um código (palavra, gesto) para que contactem o 112, chamem um/a vizinho/a ou abandonem a casa;
. Alerte os vizinhos para que contactem de imediato o 112 em caso de suspeita;
. Tenha sempre consigo um telemóvel com números importantes gravados e memorize alguns;
. Prepare uma mochila (com uma a duas mudas de roupa, dinheiro e documentos importantes) e coloque-a num local seguro, caso tenha de abandonar a sua casa inesperadamente;
. Procure o apoio de profissionais especializados.
Se é um cidadão responsável, fique atento/a e ajude.
. Saiba que, por se tratar de crime público, qualquer pessoa pode apresentar queixa e denunciar uma situação de violência doméstica;
. A ajuda inicial de um/a amigo/a ou vizinho/a pode ser crucial para que a vítima fale ou peça ajuda;
. Ofereça apoio à vítima;
. Aconselhe a vítima a pedir ajuda (mas não a pressione, a decisão é dela!) e acompanhe-a nesse processo;
. Partilhe com a vítima os números e serviços disponíveis para a ajudar.
Consulte aqui, o documento integral da Ordem dos Psicólogos