Janeiro 14, 2022

Novos Órgãos Associativos tomam posse e iniciam funções

Os Órgãos Associativos da Associação Montepio, eleitos para o mandato 2022-2025, tomaram posse a 11 de janeiro, em cerimónia que ficará marcada na história da Instituição

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Os novos Órgãos Associativos da Associação Mutualista Montepio, eleitos a 17 de dezembro, tomaram posse na passada terça-feira, em cerimónia realizada em contexto de pandemia e que ficará registada na história da Instituição pela nova realidade da Assembleia de Representantes, mas também pelo facto de, pela primeira vez em 181 anos, um órgão associativo ser presidido por uma mulher: Maria de Belém Roseira.

Apesar de o quadro de pandemia ter limitado o acesso de muitos ao auditório António da Costa Leal, espaço que acolheu a cerimónia, a transmissão via streaming garantiu uma participação alargada de quantos desejaram acompanhar o ato de posse e escutar as intervenções de Vítor Melícias Lopes, Maria de Belém Roseira e Virgílio Boavista Lima.

Na intervenção que inaugurou a sessão, Vítor Melícias Lopes – Presidente da Mesa da Assembleia Geral agora eleito como primeiro membro da Assembleia de Representes – salientou o momento histórico que a ocasião assinalava, traduzido no ato de posse dos eleitos como representantes de toda a massa associativa, mais de 600 mil associados.

Cada um dos eleitos para a Assembleia de Representantes é, nas palavras de Vítor Melícias Lopes, “a forma e a palavra de uma cidadania verdadeiramente participativa. Cada um dos representantes formulará, de forma livre e independente, as suas alternativas (não oposições) para que a Associação cresça e se revele como instituição moderna e com alternativas para o futuro”.

Realizado o ato de posse, Maria de Belém Roseira dirigiu-se à assistência e aos órgãos associativos eleitos numa intervenção iniciada com uma citação de Mia Couto – “O importante não é a casa onde moramos, mas onde em nós a casa mora”.

Com esta referência a uma personalidade que definiu como “o biólogo da língua portuguesa”, Maria de Belém Roseira saudou os eleitos, referindo que, a partir daquele momento “passarão a morar ‘nesta casa mutualista’”, uma ‘casa’ que,” com os seus valores, a sua importância e os seus desafios, deverá unir todos, no espírito de um por todos e todos por um que define os mutualistas”.

“Nesta casa da economia social – prosseguiu –, para muitos considerada ‘a economia positiva’, o altruísmo é uma das dimensões vitais da racionalidade, mas é também a sensibilidade sem a qual a racionalidade não serve para abarcar todos os desafios e todos os problemas que o mundo atual encerra e que temos que superar.”

O último momento da sessão foi marcado pela intervenção de Virgílio Boavista Lima, eleito Presidente do Conselho de Administração, que, dirigindo-se a todos, salientou a importância da união em torno de um programa que se traduzirá em Linhas de Orientação Estratégica e Programas de Ação anuais, destacando a necessidade de “uma forte dinamização associativa, que transforme cada Associado num mutualista, prescritor dos nossos valores e princípios, contribuindo para aumentar a vinculação às modalidades associativas e aos produtos e serviços do Grupo, para benefício de todos.” Esta será, nas palavras do Presidente, “a forma mais efetiva de incentivar a participação democrática na vida associativa.”

“O trabalho de informação sobre o que nos distingue e nos torna únicos – acrescentou – tem que ser realizado de modo ainda mais consistente, aprofundando o sentimento de pertença e de maior ligação à Associação e à sua natureza social, de entreajuda e solidariedade – numa dimensão racional e emocional –, garantindo um crescimento sustentável que significará uma forte reafirmação dos nossos valores e princípios fundamentais”.

No que se refere à estratégia para o próximo quadriénio, Virgílio Lima defendeu a necessidade de “aprofundar e desenvolver o relacionamento com todas as Autoridades de Tutela e Supervisão, com vista ao ajustamento legislativo que permita superar os domínios ainda não adaptados à especificidade da Associação, no Plano da Solvência, no Plano Fiscal e no Plano Normativo em geral, garantindo a não desmutualização e a afirmação do mutualismo, da Economia Social e das iniciativas cidadãs, como forma de contribuir para a coesão social, em conjunto com as outras formas de organização social, públicas e privadas”.

“Todo o Grupo deve atualizar os seus processos de trabalho, da distribuição às áreas de logística, digitalizando e simplificando os seus modelos de negócio e de organização administrativa, para garantir níveis de serviço alinhados com as melhores práticas, que fidelizem os utilizadores e beneficiários, garantindo sustentabilidade, palavra-chave para o presente e para o futuro”.

Na referência ao setor da economia social, que considerou “campo fértil de trabalho para o mutualismo, na busca de associados e de sinergias de funcionamento”, o Presidente destacou as vantagens recíprocas associadas a relações próximas e parceiras, concluindo com palavras de agradecimento a todos os associados, pelo exercício de democraticidade que as últimas eleições traduziram.