A vida de Pedro Norton de Matos dava um filme. Com uma carreira consolidada ligada à gestão de empresas multinacionais, sofreu um AVC a poucos dias de completar 50 anos. No regresso ao ativo, trocou as viagens e os negócios internacionais por projetos locais e ligados ao bem-estar e à sustentabilidade, como o Greenfest e o Bluefest, e abrandou o ritmo. Mais tarde, deixou a cosmopolita Lisboa pela calma de Ponte de Lima, onde hoje se define como um agricultor que acredita nos frutos da sua colheita.
Para quem conheceu Pedro Norton de Matos no final da década de 1990 e início da seguinte, as diferenças saltam à vista. A jardinagem tornou-se não só uma metáfora, mas um guia para a vida: viver ao ritmo da natureza ensina paciência, equilíbrio e propósito. E se a rotina do campo trouxe serenidade, foi sobretudo a consciência de estar vivo que impulsionou a mudança para um novo ciclo. Perdeu-se um gestor, ganhou-se um pensador.