Dia de Reis celebrado com visita guiada a exposição
No âmbito do Programa AMMe, realizou-se, a 6 de janeiro, uma visita guiada à exposição “O Tesouro dos Reis. Obras-primas do Terra Sancta Museum”, patente na Fundação Calouste Gulbenkian.
Mais de quatro dezenas de associados, divididos em dois grupos, puderam apreciar as obras de arte de cariz religioso que foram oferecidas por diferentes protagonistas da história mundial ao Museu da Terra Santa. Neste dia, os associados ficaram a conhecer a história de algumas destas peças, bem como o contexto em que as mesmas foram criadas e doadas por monarcas católicos.
Estas obras e ofertas ocorrem há vários séculos, enquadradas na fé de quem doa, mas também no âmbito de relações diplomáticas entre diferentes países. A qualidade e beleza das peças e o empenho colocado na sua criação é bem revelador da intenção de oferecer algo pertinente e belo, não obstante acreditar-se que algumas destas ofertas tenham sido utilizadas em cerimónias especiais.
De entre os templos, a Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, assume o maior protagonismo. Na tradição cristã, este é o local da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus de Nazaré. Considerando esta centralidade espiritual, o envio de ofertas para este e outros templos da Palestina representava, para estes príncipes, uma importante projeção da sua devoção e poder.
A exposição tem, pois, como tema central estas doações que incluem notáveis produções da arte europeia. A lâmpada de igreja remetida para Jerusalém por D. João V, rei de Portugal, e o baldaquino que acolhia uma custódia ou um crucifixo, doado por Carlos VII, rei de Nápoles, são exemplos eloquentes das estratégias políticas de ofertas então desenvolvidas.
A exposição propõe, ainda, um percurso pela história milenar e pelo simbolismo espiritual da Basílica do Santo Sepulcro, bem como pelo papel desempenhado pela Custódia da Terra Santa – a instituição católica franciscana responsável por zelar pelos lugares cristãos na Terra Santa – na receção, utilização e preservação destes objetos de culto católico.
A ligação de Calouste Gulbenkian à Terra Santa é também evocada na exposição, que revela o vínculo de longa data da sua família a este lugar e dá a conhecer um manuscrito iluminado arménio do século XV, oferecido pelo colecionador ao Patriarcado Arménio de Jerusalém. Apresentado ali pela primeira vez, este manuscrito foi doado na década de 1940, quando Gulbenkian já residia em Portugal.
Os associados Montepio foram acompanhados por um guia que, na ocasião, explicou detalhadamente toda temática da exposição bem como esclareceu dúvidas que foram colocadas.