5 desenhos animados que ensinam literacia financeira aos seus filhos

Ensinar literacia financeira às crianças e jovens é essencial para que tenham uma vida sem sobressaltos financeiros. E os desenhos animados podem ajudar os educadores nessa tarefa. Saiba como.
Artigo atualizado a 17-05-2023
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Os desenhos animados não entretêm apenas os seus filhos. Também lhes transmitem ensinamentos de literacia financeira que podem ajudá-los a gerir bem o dinheiro quando chegarem à idade adulta. Poupança, investimento e empreendedorismo são alguns dos conceitos financeiros que os seus filhos podem aprender enquanto assistem aos seus desenhos animados favoritos.

Uns são recentes, outros antigos. Falam da gestão do dinheiro de modo direto, ou através de metáforas. Em comum, estes cinco desenhos animados têm referências pontuais à literacia financeira.

1. Teen Titans, Ação!

Lançada em 2013, esta série de animação para maiores de 7 anos conquistou de imediato, pela originalidade, miúdos e graúdos. Baseada no universo DC, casa de super-heróis como o Super-Homem, Batman, Flash, a Mulher Maravilha ou Aquaman, Teen Titans Go mistura ação, comédia, ficção científica e até, por vezes, conceitos de literacia financeira.

Os Teen Titans são cinco super-heróis pré-adolescentes. Mas enquanto salvam o dia a alguém, preocupam-se também com questões mais banais e típicas da sua idade. É aqui que entra um conceito importante para Robin, Raven, Starfire, Cyborg e Beast Boy: o do dinheiro.

No episódio “Dois zangões e uma vespa”, por exemplo, Robin diz aos restantes Titans que o dinheiro não deve ser gasto em produtos ou serviços que nos tragam felicidade e alegria. O dinheiro só tem um propósito: ser amealhado até que seja suficiente para criar mais dinheiro. A definição simples de juros compostos dilui-se no resto do episódio – afinal, estamos a ver desenhos animados e não a assistir a um workshop de finanças pessoais.

Nos 313 episódios de Teen Titans, Ação! disponíveis (para já) podemos encontrar referências diretas e indiretas ao papel do dinheiro na nossa vida, o que são esquemas em pirâmide, a importância de poupar para a reforma – com prolepses de 70 anos para que os mais jovens percebam que amealhar para o futuro deve começar o mais cedo possível-, ou como o investimento no imobiliário ajuda a diversificar as fontes de rendimento.

Ao longo dos episódios, existem ainda referências indiretas à literacia financeira. Por exemplo: seguir uma alimentação saudável ajuda a poupar dinheiro em seguros de saúde dentro de alguns anos.

Disponível em: Cartoon Network e Netflix

2. The Simpsons

Uma típica família de classe média norte-americana, os Simpsons unem pais e filhos desde 1989. As situações hilariantes e piadas inteligentes fizeram desta a mais conhecida série de animação do planeta. Na base do sucesso está, também, a diversidade dos assuntos abordados, sendo uma série que acompanha a atualidade.

O dinheiro é um dos temas que está presente, regularmente, nestes desenhos animados. Seja nas idas às compras de Marge Simpson, a mãe da família, nos sonhos de Homer, o pai, em enriquecer rápido, nos preços inflacionados da loja de conveniência de Apu ou no modo excessivo como o palhaço Krusty gere a sua imagem em prol do lucro.

Em The Simpsons, os conselhos financeiros parecem ir sempre na direção oposta. Homer gaba-se de estar a gastar o dinheiro que pagará a ida de Lisa, a filha inteligente e bem comportada, para a universidade. Mas há mais: Homer investe na bolsa, mas perde dinheiro; pede ajuda às cunhadas para pagar a prestação da casa, sob o risco de a perder, ou quando, finalmente, consegue pagar as prestações em atraso do crédito que contratou, despede-se da central nuclear para trabalhar no seu emprego de sonho: uma pista de bowling. As lições são rapidamente apreendidas pelo filho calão, Bart: num dos episódios, quando confrontado entre a decisão de ganhar 10 mil dólares ou um elefante de 6 000 kg, Bart escolhe o paquiderme.

Numa perspetiva histórica, os Simpsons mostram como a vida mudou em 30 anos – nos Estados Unidos mas também na Europa. Nesta família de classe média, de cinco pessoas, dois carros e que vive numa casa nos subúrbios, apenas Homer Simpson, não-licenciado, trabalha. O que nos leva a perguntar: Os Simpsons ainda serão classe média? O livro Homer Economicus, The Simpsons and the Economy (em ingês), de Joshua Hall, ajuda a esclarecer a dúvida.

Disponível em: Fox Comedy

3. As Misteriosas Cidades de Ouro

Se está na faixa etária dos 40 a 50 anos, certamente recorda-se das tardes passadas a assistir a estes desenhos animados na RTP. Trata-se de uma co-produção franco-japonesa dos anos 1980 que conta a história de Esteban, um jovem que vive no século XVI e viaja de Barcelona para o Novo Mundo, à procura das cidades que, dizem, estão cheias de ouro. Esteban, que foi resgatado, ainda bebé, do Oceano Pacífico, e possui metade de um medalhão de ouro, a única pista que o separa da sua infância.

Com 39 episódios, a série original mistura aventura, lenda, história e a busca incessante pelo El Dorado. Mas descobrir as sete misteriosas cidades do ouro, e enriquecer rápido, traz desafios a quem as procura. Através da série, os mais jovens percebem que o obter lucro rápido é como encontrar um oásis do deserto – ou uma cidade dourada nos Andes: improvável, senão impossível.

Em 2012, uma produção franco-belga-portuguesa criou quatro novas temporadas da série, num total de 104 episódios.

Disponível em: DVD (verão de 1982) e Canal Panda (versão de 2012)

4. Ducktales: PatoAventuras

O universo da banda desenhada da Disney é vasto e encontra-se dividido em várias plataformas, dos livros ao cinema, dos jogos às séries de animação. Em Ducktales – “PatoAventuras” na versão portuguesa – as personagens centrais são o Tio Patinhas, os seus sobrinhos-netos Huguinho, Zezinho e Luisinho e outros protagonistas secundários da série, como o Professor Pardal ou Maga Patalógica.

Inspirado em referências da cultura popular como James Bond, Indiana Jones e Sherlock Holmes, mas também nas histórias de Shakespeare ou na mitologia grega, Ducktales assume como ação principal a vontade de Tio Patinhas em aumentar a sua riqueza, ao mesmo tempo que procura não perder a que já tem.

Criada em 1947 pelo ilustrador Carl Banks, a personagem Tio Patinhas foi mudando a sua personalidade ao longo dos anos, à medida que a sua popularidade aumentou. Do anti-herói ganancioso, que na sua versão original se chama Scrooge McDuck em homenagem a Ebenezer Scrooge, o velho avarento que despreza o Natal no livro Um Conto de Natal, de Charles Dickens, o Tio Patinhas tornou-se num aventureiro quase frugal.

Numa altura em que os livros aos quadradinhos são tão difíceis de encontrar, Ducktales é uma forma interessante de trazer um pouco da sua infância à dos seus filhos. Ao mesmo tempo, permite-lhes descobrir que o dinheiro, ainda que importante, não é tudo na vida.

Disponível em: Disney+, Disney Channel

5. Os Green na Cidade Grande

Estes desenhos animados norte-americanos (2018) acompanham a vida da família Green, especialmente a de Cricket Green, de 10 anos, que se muda para a cidade grande com a sua irmã mais velha, Tilly, e o pai Bill, para viver com a avó Alice. Ao longo dos episódios, que duram 22 minutos, Cricket tenta integrar-se num mundo desconhecido. À medida que vai trocando a sua “pele” rural pela citadina, Cricket faz amigos, aprende coisas novas e descobre a vizinhança que o rodeia.

Durante o tom ligeiro e divertido da série, há lugar a ensinamentos interessantes. No episódio “O café da Glória”, uma amiga da família recruta Cricket para a ajudar a gerir um café ilegal no seu prédio. O café é um sucesso, mas a ideia cai por terra quando ambos são apanhados pelo porteiro do prédio.

Impressionada pelo empreendedorismo de Gloria, a avó Alice empresta-lhe dinheiro para gerir um café legal, que se chamará “Gloria + Green Cafe”. A moral da história, para fins de literacia financeira, viria depois. Ainda o sorriso não saíra da cara de Gloria, a avó Alice relembra-a que o empréstimo tem juros e data de reembolso definida. Como qualquer investimento financeiro.

Disponível em: Disney Channel

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