Devo pagar ao meu filho para realizar tarefas domésticas?

Há quem defenda que a compensação monetária incute o valor do dinheiro e da responsabilidade nos filhos. Outros consideram que as tarefas domésticas são uma atividade familiar que não deve ser recompensada. Quem está certo?
Artigo atualizado a 12-12-2022
×

Torne o seu filho Associado

Clique aqui

É um debate antigo: devemos pagar ou não aos nossos filhos pelas tarefas domésticas? Alguns pais acreditam que esta é uma forma de transmitir a noção de que o dinheiro vem com o esforço. Outros são da opinião de que as tarefas de casa fazem parte das responsabilidades da vida em família e que, por isso, não devem envolver dinheiro.

Apesar de o filho de Joana Barbosa, 42 anos, residente no Porto, ter apenas quatro anos, já vai cumprindo alguns deveres. Prepara a mesa de refeições e recolhe a loiça no final, arruma os brinquedos, leva a roupa para o seu quarto. Em troca, no final da semana, recebe uma recompensa.  “Achei que era um método a experimentar. Toda a maternidade é um método experimental. Para já, está a funcionar.”

A teoria é simples. Joana quer que o seu filho perceba que o dinheiro “não nasce das árvores”. Este sistema, explica, começou há pouco tempo: “Sentíamos que ele não valorizava o que tinha, que não percebia que, para ter coisas, a mãe e o pai tinham de trabalhar”, conta. “Achei que estava na altura de ele perceber que há um esforço envolvido. Para podermos comprar, temos de ganhar dinheiro. E para ganharmos dinheiro, precisamos de trabalhar.”

A “pedinchice”, como lhe chama, esteve na raiz desta decisão.  O montante que agora recebe, e que serve para comprar os seus brinquedos, é simbólico: “Vai de 3 euros a 5 euros por semana.”

Com este valor, o filho de Joana é livre de decidir onde é que vai investir: “Eu explico-lhe: Cumpres as tuas tarefas, ganhas as tuas moedas e vais gastá-las como quiseres”. No momento de ir à loja, a mãe aproveita para ensinar vários aspetos ligados à compra e ao dinheiro: “Explico-lhe que as lojas têm sempre preços afixados. Explico-lhe o valor das moedas, se dá ou não para comprar o que ele quer. Deixo-o pagar, receber o troco, para se ir habituando ao dinheiro.”

Joana Barbosa nota que o filho pede menos e que se vai habituando à noção de que é necessário fazer escolhas: “Já começa a perceber que não vai poder ter tudo o que quer e que vai ser preciso escolher.” Mas quando há birras, não há dinheiro. “Se fizer uma asneira muito grande, fica sem moedas. Sabe que há castigos associados ao ganho de moedas.”

“As tarefas domésticas são atividades normais de uma casa”

João Gaspar (nome fictício), residente em Lisboa, tem dois filhos: uma menina de seis anos e um menino de quatro anos. Fazem “as tarefas mais básicas”, de acordo com a sua idade: arrumam os brinquedos e ajudam a preparar a mesa de refeições e a recolher as loiças. “Eles veem-nos fazer e agem muito com base na repetição. Se dermos o exemplo e envolvermos as crianças nestas atividades, elas vão querer participar.”

Para o pai de 37 anos não faz sentido compensar monetariamente os seus filhos. “Não têm idade para perceber o dinheiro. Sabem que ele existe, que serve para comprar coisas, mas não têm noção do valor.”

Por outro lado, o pai acredita que isso não faz sentido: “Não têm de ser recompensados por uma coisa que é do interesse deles. Eles percebem muito bem que não têm empregados e que não são empregados de ninguém”, diz. “As tarefas domésticas são atividades normais de uma casa, que todos temos de fazer. Acho que compensá-los pode ter efeitos contraproducentes.”

Quando não cumprem as suas tarefas, João fala com eles e, caso se recusem, podem ser castigados. E quando pedem muitos doces ou brinquedos, explica-lhes que o dinheiro é finito, mas de uma forma ajustada à idade: “Não podemos comprar tudo todos os dias, porque senão não temos moedinhas para fazer outras coisas”, conta. “Eles percebem que as moedinhas não dão para tudo e que é preciso fazer escolhas. Aceitam muito bem.”

Para já, este pai não vê benefícios em dar compensações monetárias aos filhos. No futuro, conta apostar na semanada ou mesada, que considera ser a melhor forma de incutir a noção de dinheiro e de responsabilidade.

“O princípio da mesada é bom e é importante para entenderem e gerirem o dinheiro”, considera. “Ajuda-os a perceber que se gastam tudo, não há mais. Que é preciso poupar.”

“Em casa, a família é uma equipa”

Bárbara Barroso, especialista em finanças pessoais, tem a sua opinião bem definida: “Não pago por tarefas domésticas.” Mãe de dois filhos, para a educadora e consultora financeira a família tem de funcionar como uma equipa e é esse o espírito que, acredita, deve ser sempre incutido.

“As crianças vivem em casa e ajudar deve fazer parte do seu papel”, considera. “Não devemos condicionar ou estimular monetariamente algo que faz parte da vivência familiar. O pai e a mãe também trabalham nas tarefas de casa e ninguém lhes paga por isso.”

Recompensar monetariamente poderá, na sua visão, ter impacto na forma como se encaram estas responsabilidades. “Sempre que ficam dependentes do incentivo, caso não haja, não vão querer cumprir as tarefas”, diz. Este método, considera, poderá ainda interferir com os princípios que se levam para a vida adulta, pondo em risco os valores da empatia, solidariedade e noção de coesão familiar. Para a consultora financeira, esta estratégia acarreta vários perigos. “Há uma barreira ténue entre direitos e deveres e a matriz pode ficar confusa. Em vez de ajudar a mãe e o pai por uma questão de altruísmo, está a ajudar por interesse.”

A palestrante e fundadora do MoneyLab distingue ainda a mesada da recompensa por tarefas domésticas: “A semanada ou mesada são excelentes. Mostra-lhes que o dinheiro não é inesgotável e que tem de ser gerido. Se querem comprar alguma coisa, têm de juntar”, considera. “Se gastarem tudo de uma vez, aprendem. Temos de deixá-los errar. Mesmo que o dinheiro tenha sido todo gasto em gomas, é como os salários: vai ter de esperar.”

Que outras formas existem para incentivar os miúdos a arrumar?

Para estimular o envolvimento nas tarefas domésticas em casa, Bárbara Barroso deixa algumas ideias. “Uma estratégia que resulta muito bem, sobretudo entre irmãos — nós somos naturalmente competitivos — é criar um quadro com estrelinhas, em que há atividades e objetivos, que devem ser cumpridos. Quem realiza as tarefas todas, ganha uma estrelinha e recebe um prémio.”

Mas não é monetário: “Ganha mais dez minutos a andar de bicicleta, mais meia hora na consola”, exemplifica. “A compensação não deve depender do dinheiro.”

Além da mesada, o dinheiro pode ser ganho de outras formas. Tendo em conta que o tecido empresarial português é constituído na sua maioria por microempresas, que arrancam sobretudo a nível familiar, os filhos podem ajudar os pais em tarefas simples e, aí sim, ser recompensados.

A consultora financeira destaca ainda a importância de estimular o espírito empreendedor. “Temos de pôr as crianças a pensar”, diz. “Podem aproveitar os limões do jardim, fazer uma banca e vender limonadas. Podem fazer trancinhas, colares de missangas, pulseirinhas, desenhos e vender. Isto era uma coisa que se fazia muito e sinto que se perdeu. É bom recuperar estas atividades, porque as vantagens vão além dos ganhos monetários.”

Ler mais

Mais sobre

Educação , Família

Este artigo foi útil?

Se ficou com dúvidas ou tem uma opinião que deseja partilhar, preencha o formulário abaixo para entrar em contacto connosco.
  • Campanha exclusiva

    Faça como o Fernando Daniel

    Torne o seu filho Associado com uma modalidade de Poupança ou Proteção e oferecemos a quota mensal, no valor de 2€, por um prazo máximo de 24 meses = 48€ de poupança, além de muitas outras vantagens.

    Tornar Associado

É tempo de compor o futuro e ganhar o presente

A carreira de Fernando Daniel é a prova de que tudo o que fazemos no presente pode mudar o nosso futuro e o da nossa família.
Por isso, quando chegou o momento de iniciar uma poupança para a filha, Fernando Daniel confiou no Montepio Associação Mutualista.

Faça como o Fernando Daniel, torne o seu filho Associado (Joia de Admissão: 9€ + Quota Mensal: 2€*),
subscreva uma modalidade de Poupança ou Proteção e conheça as muitas vantagens.

OFERTA ESPECIAL

Até 30 de setembro 2023, ao tornar o seu filho Associado e ao subscrever uma modalidade de Poupança, como a Poupança Complementar Jovem, ou Proteção, oferecemos a quota associativa mensal, no valor de 2€, por um prazo máximo de 24 meses = 48€ de poupança*, além de bilhetes para concertos, festivais e muitas outras vantagens. A oferta da quota mensal termina ao atingir o limite que primeiro ocorrer: o prazo de 24 meses ou a idade de 18 anos.

Não é necessária abertura de nova conta bancária, podendo ser indicada uma já existente, titulada pelo/s Representante/s Legal/ais da criança/jovem.

Crianças e Jovens

Conheça os Termos e Condições desta campanha e as condições de utilização das ofertas. Oferta limitada a uma por Associado, independentemente do número de modalidades subscritas, ao stock existente e à disponibilidade a cada momento.

Fernando Daniel, Carlão e Carolina Deslandes

Concerto de Aniversário

1 bilhete duplo para o concerto de aniversário do Montepio Associação Mutualista a 4 de outubro, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa (21h45), ou a 6 de outubro, no Coliseu do Porto (21h30)*

Concerto Fernando Daniel

1 bilhete duplo para o concerto de 14 de outubro, no Altice Arena, Lisboa ou de 11 de novembro, no Super Bock Arena, no Porto.*

Zoo de Lisboa - Montepio Associação Mutualista

Zoo de Lisboa

1 bilhete. Válido até 1 de agosto de 2024

wook parceiro mgam

Wook

10 euros em vale digital , para compra de artigos disponíveis em www.wook.pt, exceto manuais escolares, cadernos de atividades e bilheteira. Válido até 31 de outubro 2023

Sea Life Porto

1 bilhete de criança (3-12 anos) na compra de um bilhete de adulto.Válido até 31 de março 
de 2024

Dino Parque Lourinhã

1 bilhete de criança (4-12 anos) na compra de um bilhete de adulto.
Válido até 30 de junho 
de 2024

*Oferta pessoal e intransmissível, limitada ao stock existente, à disponibilidade a cada momento e a uma por Associado. Os bilhetes serão enviados para o endereço de e-mail indicado na admissão, até duas semanas antes da data dos concertos.

Sugestão para começar a poupar

A modalidade Montepio Poupança Complementar Jovem cresce com os seus filhos e prepara-os para uma vida mais desafogada quando chegarem à idade adulta.

Com um valor mínimo de constituição de 100€, esta poupança permite reforços pontuais ou programados, com total flexibilidade de reembolso*. E ao rendimento mínimo acrescerá o rendimento complementar anual que venha a ser aprovado, em sede Assembleia de Representantes, as chamadas melhorias.

* Possibilidade de reembolsar entregas com mais de 5 anos sem penalização no rendimento. No reembolso de entregas com 5 ou menos anos, não haverá penalização se o motivo se enquadrar nas exceções previstas.

Assista aqui ao vídeo de campanha

O que tenho de fazer?

Para usufruir desta ação promocional, torne o seu filho Associado e subscreva, em nome da criança, uma modalidade de Poupança – como a Poupança Complementar Jovem – ou Proteção. O processo de Admissão e Subscrição está disponível neste site, na Rede de Gestores Mutualistas, aos balcões do Banco Montepio ou através da Linha de Apoio ao Associado – Tel. 213 248 112 (custo de chamada para a rede fixa nacional), com atendimento personalizado nos dias úteis, das 9h00 às 21h00.

Como recebo a minha oferta?

Concluído o processo de Admissão e Subscrição de modalidade, o Montepio Associação Mutualista enviará a oferta promocional para o endereço eletrónico que venha a ser indicado pelos representantes legais do candidato a Associado ou para o balcão do Banco Montepio.

Perguntas frequentes

  1. A quem se destina a modalidade Poupança Complementar Jovem?

  2. Esta modalidade é exclusiva para associados Montepio menores de 18 anos.

  3. Qual é o valor mínimo de subscrição?

  4. Pode começar a poupar a partir de 100 euros.

  5. Posso reforçar a poupança do meu filho sempre que quiser?

  6. Sim. Pode fazer entregas livres em qualquer altura, a partir de 20€, ou entregas periódicas (por mês, trimestre, semestre ou ano) de montantes entre os 10€ e os 100€.

  7. Qual o prazo desta poupança?

  8. Não existe prazo. No entanto, assim que o jovem completa 18 anos passa a ser responsável pela movimentação da modalidade.

  9. Qual o rendimento desta poupança?

  10. Esta poupança tem rendimento mínimo anual, que se calcula ao deduzir 0,6 pontos percentuais à taxa de juro definida pelo Banco Central Europeu (Refi), ao qual se soma um rendimento complementar definido pela Assembleia de Representantes. Em 2023, o rendimento complementar desta modalidade foi de 0,8%, o que se traduziu numa rendibilidade global anual de 1,1%

  11. Existe facilidade de reembolso?

  12. Sim. A Poupança pode ser reembolsada total ou parcialmente (neste caso, o saldo mínimo é de 100€). O reembolso de entregas com 5 ou menos anos é penalizado em 5%, a deduzir ao rendimento. Ou seja, no limite, o Associado perde apenas o rendimento gerado pela entrega reembolsada.

  13. Em que situações existe reembolso sem penalização?

  14. Em situações de desemprego de longa duração ou incapacidade permanente; por morte do Associado, do seu progenitor ou representante legal. Não existe penalização, ainda, na construção ou aquisição de habitação própria e permanente do subscritor, na constituição de uma renda temporária ou vitalícia no Montepio Associação Mutualista ou na liberação das suas modalidades de proteção.

  15. O meu filho quer ser sócio do Clube Pelicas? O que tem de fazer?

  16. Nada. Todos os associados Montepio entre os 0 e os 10 anos, inclusive, são sócios do Clube Pelicas. Basta, por isso, tornar o seu filho Associado.

  17. Ser sócio do Clube Pelicas tem algum custo extra?

  18. Não.

  19. Quais as vantagens de pertencer ao Clube Pelicas?

  20. Os sócios do Clube Pelicas têm descontos e ofertas em brincadeiras e desportos proporcionados pelos parceiros do clube. Por exemplo, não pagam bilhete no Zoo de Lisboa, desde que acompanhados por um adulto pagante. Podem ainda participar em iniciativas originais, receber newsletters com ideias e sugestões para brincar e participar em ateliês e workshops, a preços exclusivos, nas férias do Natal, da Páscoa e de Verão. Saiba mais no site do Clube Pelicas.