São 12 os radares de velocidade média que começaram a funcionar nas estradas portuguesas no dia 1 de setembro, uma novidade no Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO). De acordo com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), estes equipamentos encontram-se em estradas com elevada sinistralidade ao longo de troços com alguma extensão e em que o excesso de velocidade revelou ser uma das causas.

O objetivo é o de dissuadir os condutores de circular acima dos limites de velocidade permitidos por lei e, dessa forma, diminuir o número de acidentes e a sua gravidade. Segundo a ANSR, nos últimos sete anos, todos os indicadores de sinistralidade baixaram nas estradas onde foram instalados radares do SINCRO, face a igual período anterior à sua colocação, registando-se “menos 36% de acidentes com vítimas, menos 74% vítimas mortais, menos 44% de feridos graves e menos 36% de feridos leves”.

O que são e para que servem os radares de velocidade média?

Estes radares, tecnologicamente mais evoluídos em termos de leitura, calculam se, em média, um veículo excede o limite de velocidade entre dois pontos, geralmente a uma distância de alguns quilómetros (km), ao contrário dos tradicionais radares de velocidade instantânea, que medem a velocidade num único ponto.

Além de permitir medições mais precisas, esta abordagem obriga o condutor a desacelerar ao longo de um troço, em vez de fazê-lo apenas quando passa no local do radar e acelerando logo depois.

Importa ainda referir que os radares de velocidade média estão colocados em trajetos onde não é permitido, ou é muito difícil, parar, o que minimiza a possibilidade de os condutores tentarem contornar os dados registados pelos equipamentos.

Qual o modo de funcionamento dos radares de velocidade média?

Neste sistema, utilizam-se radares de velocidade média em dois pontos predefinidos de uma estrada. Quando o veículo passa pelo primeiro ponto, o radar regista a matrícula e a hora da passagem e capta uma fotografia. Depois, à passagem do veículo pelo segundo ponto, outro radar recolhe as mesmas informações. Com base no tempo que o veículo demorou a percorrer os dois pontos e na distância percorrida, calcula-se a velocidade média de circulação. Se o veículo circulou em excesso de velocidade, este último radar capta uma nova fotografia e envia-a para um sistema gerido pela ANSR.

Caso haja um grau de certeza elevado na leitura da matrícula, a fotografia é tratada automaticamente e enviada como prova da infração para outro sistema da ANSR que gere a notificação para ser expedida para o infrator. Nos restantes casos, isto é, em que o sistema não consegue identificar automaticamente a matrícula, a fotografia é analisada por um operador da ANSR.

Veja no vídeo abaixo como funcionam os radares de velocidade média.

Os radares de velocidade média estão sinalizados?

Sim, os radares de velocidade média estão devidamente sinalizados nas estradas, através do sinal de trânsito H42 (ver imagem abaixo). Trata-se de um sinal retangular, orientado na vertical, com fundo azul. No centro, estão representadas duas câmaras pretas e duas riscas verticais brancas. Na parte inferior, lê-se uma inscrição que diz “velocidade média”.

Onde estão instalados os radares?

De acordo com a ANSR, os 12 radares de velocidade média estão instalados em autoestradas, estradas nacionais e itinerários complementares, de norte a sul do país. Para já, são estes os locais:

Que outros tipos de radares existem em Portugal?

Além dos radares de velocidade média, existem radares de velocidade instantânea, que podem ser fixos ou móveis.

Os radares de velocidade fixos medem a velocidade a que circulam os veículos através da emissão de ondas eletromagnéticas. Estes equipamentos podem ser programados, o que permite que sejam usados em qualquer estrada, podendo ser regulados para localidades (com um limite de velocidade de 50 km/h), autoestradas (120 km/h) ou outras vias rodoviárias.

Como indica o nome, os radares de velocidade móveis podem ser facilmente transportados de um local para outro, o que facilita a sua utilização por parte das autoridades em sítios distintos. Como a sua localização não é previamente anunciada aos condutores, muitas vezes passam despercebidos. Nestes radares, a velocidade calcula-se através da emissão de micro-ondas.

Além dos radares de velocidade média, entraram em funcionamento outros radares no início de setembro?

Sim. Nessa altura, ficaram operacionais, em todo o país, 37 novos radares (12 de velocidade média e 25 de velocidade instantânea).

Nos próximos meses, serão instalados, faseadamente, mais 25 radares (23 de velocidade média e dois de velocidade instantânea). Desta forma, a capacidade do SINCRO aumentará de 98 para 123 radares.

Como saber onde estão localizados os radares de velocidade?

A localização dos radares de velocidade em funcionamento está disponível num mapa interativo, no site Radares à Vista (da responsabilidade da ANSR), sendo possível a pesquisa por estrada, concelho ou distrito. A listagem dos radares de velocidade pode ser consultada aqui.

Quais as consequências legais de conduzir em excesso de velocidade?

Conduzir com velocidade acima dos limites legalmente impostos implica o pagamento de uma coima e, em alguns casos, a inibição de conduzir e a subtração de pontos associados à carta de condução (ver tabelas abaixo).

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