Oftalmologia: o seu filho precisa de óculos?

Saiba por que razão a consulta de oftalmologia é tão importante para o desenvolvimento da criança e a que sinais deve estar atento para evitar problemas de visão do seu filho.
Artigo atualizado a 09-03-2023

Dores de cabeça, falta de atenção, olhos a lacrimejar ou até a aproximação exagerada à televisão podem ser sinais de que o seu filho precisa de óculos. No entanto, se ainda não o levou a uma consulta de oftalmologia para fazer um rastreio visual, não deixe passar mais tempo, avisa Susana Teixeira, oftalmologista pediátrica do Hospital Cruz Vermelha, parceiro Montepio.

“Só assim se conseguem verificar dificuldades [visuais] que podem influenciar o desenvolvimento da criança e do jovem”, argumenta a especialista. Neste artigo, explicamos-lhe a importância dos rastreios visuais para as crianças, quando é que estes devem ser realizados, a que sinais deve estar atento e as consequências das patologias oculares não diagnosticadas.

Quando deve levar o seu filho à primeira consulta de oftalmologia?

Do nascimento do bebé até à altura em que a criança vai para a escola, por volta dos seis anos, existem quatro grandes momentos para avaliar a visão do seu filho.

A primeira consulta de oftalmologia acontece na maternidade, logo após o nascimento do bebé. Nesse momento, o pediatra faz um rastreio visual e pesquisa o reflexo vermelho do fundo. O segundo momento de acompanhamento oftalmológico deve acontecer quando o bebé completa um ano de idade, sugere Susana Teixeira.

Por volta dos três anos, a criança deverá voltar à consulta de oftalmologia, para despistar eventuais problemas. Mas o grande teste à visão dos mais jovens deverá acontecer entre os cinco e os seis anos, com o ingresso na escola.

“A partir desse momento as crianças já conseguem queixar-se [dos problemas de visão]. Assim, os pais e os professores dão mais facilmente conta dessas pequenas dificuldades, pelo que a consulta de oftalmologia deverá ser marcada em caso de queixa”, continua a médica. E deixa uma explicação. “Ao realizar uma consulta oftalmológica no início do ano letivo está a evitar problemas e a prevenir possíveis interferências no processo de aprendizagem.”

O que procuram os oftalmologistas nos bebés e nas crianças?

Nos recém-nascidos e crianças mais pequenas, os oftalmologistas despistam opacificações dos meios e leucocórias (reflexo branco da pupila). Nas consultas de oftalmologia para crianças a partir de um ano de idade procuram-se também os erros refrativos (hipermetropias, miopias e astigmatismos), as anisometropias (diferença refrativa entre os dois olhos) e o estrabismo.

Rastreio visual: no que consiste e qual a sua importância

O rastreio é uma consulta que procura alterações na visão e realiza-se sempre que houver queixas ou por rotina. As crianças com patologias já diagnosticadas devem fazer a vigilância aconselhada pelo oftalmologista, de acordo com a patologia que apresentem.

Os rastreios de rotina diagnosticam problemas ainda não identificados e a possibilidade de as crianças necessitarem de óculos. “Grande parte dos erros refrativos nas crianças pequenas são diagnosticados nos rastreios, uma vez que ainda não existem queixas por parte dos mais jovens”, explica Susana Teixeira.

Qual o impacto da insuficiência visual na vida das crianças?

Uma dificuldade visual pode levar a um atraso no desenvolvimento da criança, quer a nível cognitivo, motor ou social. “A criança que vê mal demora mais tempo a aprender, a andar, a correr, a descer escadas”, explica Susana Teixeira. Na escola, tem mais dificuldade em fazer os trabalhos e desinteressa-se facilmente pela pintura e desenhos, com repercussão, mais tarde, também na leitura. Em causa está ainda a interação com os seus amigos e colegas.

Oftalmologia: quais as consequências de não tratar as anomalias visuais?

A visão desenvolve-se até aos oito anos de vida, mas os primeiros quatro são os mais críticos. Se existir alguma patologia que dificulte a formação nítida das imagens na retina de um ou ambos os olhos, a visão não se desenvolve e a acuidade visual diminui. A este problema dá-se o nome de ambliopia, mais conhecido por “olho preguiçoso”.

“A ambliopia é a ausência de desenvolvimento da visão, que não será recuperada por óculos ou cirurgia”, revela Susana Teixeira. Se o problema não for tratado até aos sete ou oito anos da criança, esta situação é permanente. A criança terá baixa visão de um ou ambos os olhos para o resto da vida.

O seu filho precisa de óculos? 10 sinais aos quais deve estar atento

O rastreio visual realizado numa consulta de oftalmologia é essencial para diagnosticar problemas de visão e a necessidade de usar óculos. No entanto, os pais devem estar atentos aos comportamentos que podem indiciar que algo não está bem com os olhos das crianças. Assim, deve ter especial atenção quando o seu filho:

  • Queixa-se de dores de cabeça ou dores nos olhos;
  • Coça os olhos frequentemente;
  • Senta-se muito próximo da televisão ou lê um livro colado aos olhos;
  • Perde facilmente o equilíbrio, tropeça ou cai em casa e na escola;
  • Tem um fraco desempenho escolar (por exemplo, devido à má leitura dos textos ou ao facto de não conseguir ver o quadro);
  • Lacrimeja;
  • Tem sensibilidade à luz;
  • Apresenta sinais inflamatórios nos olhos;
  • Tem reflexo esbranquiçado da pupila;
  • Tem dificuldades em medir distâncias.

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