Um site para desmistificar a empregabilidade da pessoa com deficiência
Em entrevista ao Ei, à margem do encontro “Para lá das Barreiras”, que serviu para apresentar todos projetos financiados na 1.ª edição do Programa FACES, da Fundação Montepio, Helena Carona, da Associação Incluir, falou sobre um deles: “Sou, Consigo e Faço”. Um projeto que tem ainda como parceiros a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém e a APPACDM de Santarém.
De que trata o projeto “Sou, Consigo e Faço”?
O projeto tem duas ferramentas: um site e um vídeo que têm o objetivo de desmistificar a empregabilidade da pessoa com deficiência. O site vai ter um conjunto de ferramentas que ajudam não só o empregador como a própria pessoa com deficiência a arranjar emprego. Haverá uma área de oferta e procura de emprego, uma de criação de um curriculum rápido e outra de informação sobre legislação laboral e os benefícios que o empregador tem em empregar a pessoa com deficiência.
No vídeo, mostramos um conjunto de pessoas com deficiência – desde intelectual a motora – e que trabalham como outra pessoa qualquer, tendo, geralmente, melhores resultados.
Este projeto surge porque notaram uma lacuna nesta área?
Sim. O mais comum é criar os empregos dentro das associações. O que fizemos foi criar um site para que seja a pessoa com deficiência a candidatar-se a um determinado emprego, sem a interferência de alguém externo, que pode até estar a entrar numa área mais íntima daquela pessoa, em que não temos que entrar. A pessoa escolhe o emprego, entra em contacto com a empresa e, se precisar do nosso acompanhamento, lá estaremos para ajudar.
Em que ponto está o projeto e como vê a sua evolução?
Neste momento estamos a terminar a plataforma e o vídeo. No dia 3 dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, queremos apresentar a estrutura final. No futuro, queremos promover a melhoria do site, incorporando os feedbacks que vamos ter das instituições, das entidades empregadoras e da pessoa com deficiência. Queremos atualizá-lo sempre com notícias, mais vídeos e, no futuro, disponibilizar uma aplicação para telemóveis e tablets.
Que perspetivas têm em relação à promoção deste site? Como pretendem chegar a todo o território?
Através dos nossos parceiros. Temos um grande parceiro que é a Federação Portuguesa das Associações de Paralisia Cerebral que, a nível nacional, nos consegue divulgar o site. Depois temos os nossos parceiros do projeto: a APPACDM de Santarém, que tem parcerias com o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Santarém, e que por sua vez divulgará pelos outros institutos; e a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém, que divulgará pelos restantes politécnicos e universidades.
Que feedback têm tido dos vossos pares?
As pessoas estão muito entusiasmadas com o site, porque é algo de global.
Qual foi a importância do apoio da Fundação Montepio para a execução deste projeto?
Um site e um vídeo implicam muitas horas de trabalho e a necessidade de aquisição de equipamento e de ferramentas multimédia e interativas. Era impossível termos este projeto sem o apoio da Fundação Montepio. Sem dúvida alguma.
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