Prémio Voluntariado Jovem Montepio: Todos ficam a ganhar

As jovens voluntárias da Associação de Proteção à Infância Bispo D. António Barroso, do Porto, foram as vencedoras do Prémio Voluntariado Jovem Montepio. Mas todos ficaram a ganhar na 7ª edição da iniciativa.
Artigo atualizado a 17-06-2021

A 7.ª edição do Prémio Voluntariado Jovem decorreu inteiramente no terreno e “nunca nos encheu tanto as medidas. Acho que acertámos em cheio”, disse a diretora da Fundação Montepio. Foram dois dias em que os jovens deram tudo por tudo para criar um projeto que pode melhorar a vida das pessoas do bairro. Assim, estes não devem esquecer a experiência, porque o voluntariado deve ser uma atividade para o resto da vida. “É fundamental que oiçam a vossa voz e possam dar algo do que são”, acrescentou.

Depois do anúncio dos vencedores, uma das jovens da equipa, Marlene Monteiro, realçou que ajudar os outros é o mais importante, ainda que seja um orgulho ganhar um prémio de voluntariado com apenas 16 anos.

A Associação de Proteção à Infância Bispo D. António Barroso leva para casa o primeiro lugar do Prémio Voluntariado Jovem no valor de 1 500 euros. As restantes instituições recebem 1 000 euros.

Fundada a 7 de maio de 1903 pelo então Bispo do Porto, D. António Barroso, esta associação nasceu com o objetivo de acolher crianças e jovens das famílias desfavorecidas da cidade do Porto. O lar, também designado por Casa de Acolhimento, assume-se hoje como uma resposta social que surge da necessidade de receber crianças ou jovens que, por razões de disfunções graves ou outras, necessitam de uma estrutura residencial que lhes proporcione as necessidades de socialização inerentes às fases de desenvolvimento, mas também um projeto educativo e de vida.

Combater o isolamento e promover o convívio entre gerações

As jovens voluntárias venceram com um projeto denominado Sheepy e um pitch criativo apresentado, este sábado, na sala repleta do Agrupamento 53 dos Escuteiros, da Serafina.

Depois de terem percorrido o bairro e conversado com os moradores, na sexta-feira, as voluntárias criaram soluções para os problemas de isolamento dos mais idosos e para promover a comunicação entre gerações.

As raparigas defenderam a ideia de um transporte coletivo comunitário, chamado Sheepy, que ajudasse à deslocação para as várias iniciativas pensadas para dinamizar a vida comunitária no bairro. Para que os espaços desportivos sejam mais utilizados, o desafio é lançar um torneio de futebol. Com a missão de promover competências pessoais, é também proposto um convívio em Monsanto, com um peddy-paper aliado a preocupações ambientais de limpeza das matas. A cultura também não foi esquecida, com sessões de cinema ao ar livre. O projeto vencedor inclui também um festival, com feiras medievais, onde os alimentos das hortas comunitárias existentes na zona são vendidos. Com a colaboração dos escuteiros, as jovens esperam igualmente que sejam realizadas corridas de carrinhos de rolamentos. Todas as iniciativas contam com o envolvimento dos parceiros locais, como o Liberdade Atlético Clube, a Paróquia São Vicente de Paulo, ou outras entidades que já costumam atuar na comunidade como a ADM Estrela.

“Com as nossas ideias esperamos formar um rebanho para transformar o mundo num lugar melhor do que encontrámos”. Foi o lema com que terminaram o pitch.

A diretora técnica da associação vencedora, Fátima Vilela, considera que “todos os participantes fizeram um diagnóstico muito acertado das dificuldades que se vivem no bairro da Liberdade/Serafina”.

Jovens com espírito de iniciativa e muita vontade de ajudar

Também a equipa do Centro Social do Soutelo (Gondomar) gostaria que se “recriassem memórias e se formasse um movimento positivo na rua entre as diferentes faixas etárias”, onde atividades como o teatro, a música e a fotografia teriam lugar com a participação dos moradores e o envolvimento de todos os parceiros. O “Festival alarga a Rua” mostraria o que de melhor se faz no bairro. Os jovens gostariam também de “embelezar a encosta” onde fica a porta de entrada para as casas mais antigas e terminaram o pitch com a frase: “Sozinhos podemos chegar mais rápido, mas juntos vamos mais longe”.

O grupo de jovens voluntários da Casa dos Rapazes, em Faro, também pensou num “mercado vivo” que poderia realizar-se no antigo mercado da Rua Inácio Pardelha Sanches, onde seriam realizadas diversas atividades culturais e a venda de produtos da horta de modo a que “a população não se sinta tão isolada e não tenha receio de sair à rua”.

Já a equipa do Lar D. Estefânia realçou a comunicação que estabeleceu com os agentes da PSP que acompanharam o percurso dos jovens voluntários que contataram com a realidade do bairro. Os rapazes e raparigas que vieram de Guimarães apelaram à segurança rodoviária na Liberdade/Serafina, com uma campanha de sensibilização que visa alertar para a necessidade de respeitar e implementar mais sinais de trânsito na zona.

Presentes na sala onde foram apresentados os projetos, os agentes da PSP participaram, deram ideias, provando que todos estão verdadeiramente unidos para tornar o bairro da Liberdade/Serafina melhor.

 

Ler mais

Os conteúdos do blogue Ei – Educação e Informação não dispensam a consulta da respetiva informação legal e não configuram qualquer recomendação.

Este artigo foi útil?

Se ficou com dúvidas ou tem uma opinião que deseja partilhar, preencha o formulário abaixo para entrar em contacto connosco.

Torne-se Associado

Saiba mais