Junho 29, 2018

50 instituições sociais formalizam entrada na CEMG

O Montepio Geral – Associação Mutualista (MGAM) aprovou a cedência de até 2% do capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) a instituições da economia social. E já tem 50 parceiros, entre mutualidades, misericórdias, fundações, cooperativas e IPSS. O objetivo é criar um grupo financeiro da economia social em Portugal.
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António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio, anunciou hoje a entrada de 50 instituições da economia social, incluindo a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), no capital social da CEMG. E nos próximos meses mais instituições deste setor deverão juntar-se a este projeto de criação de um grupo financeiro da economia social. No total, até ao final do ano, entre este grupo inicial de 50 instituições e as que ainda se juntarão, deverá ser alienada uma participação de 2% da CEMG, que, assim, passará a ser detida em 98% pela Associação Mutualista Montepio.

“No dia de hoje temos 50 instituições das várias famílias da economia social, mas sabemos que este número de instituições vai crescer, porque este projeto está aberto a todas as instituições da economia social e de todas as famílias da economia social”, afirmou António Tomás Correia na cerimónia que oficializou a entrada destas instituições no capital da CEMG.

O objetivo desta operação é o de criar um “grande grupo financeiro da economia social”, que terá como base a CEMG, disse o presidente da Associação Mutualista Montepio.

“Obviamente que 2% em 2,420 milhões de capital emitido é uma gota de água. Mas o facto de as participações poderem ser simbólicas, marginais, isso não significará uma menor capacidade de intervenção dos diversos acionistas na definição da estratégia para a CEMG, no acompanhamento do desenvolvimento das suas atividades e no apoio ao seu crescimento”, garantiu Tomás Correia.

O presidente da Associação Mutualista explicou que “não faz sentido que uma instituição desta natureza funcione numa lógica de quem tem a maior parte do capital toma decisões. Este será um grupo financeiro onde os acionistas, numa base de igualdade, irão de uma forma consensual encontrar as melhores soluções para este grupo. No mutualismo estamos habituados a funcionar numa forma que não tem por base a componente financeira de cada um, mas, antes, funcionamos com base num homem, um voto.  Também este grupo financeiro vai funcionar nessa lógica e só funcionando nessa lógica é que seremos capazes de em conjunto construir uma solução onde todos se sintam bem”.

António Tomás Correia sublinhou ainda este projeto de criação de um grupo financeiro da economia social não assenta tanto em volume financeiro, mas assenta numa mobilização e motivação das instituições. “Aquilo que pretendemos é que as instituições olhem para este projeto como o seu projeto e que se mobilizem em torno dele e que exerçam as suas influências no terreno no sentido deste projeto angariar o maior número de clientes, famílias, instituições da economia social, micro, pequenas e médias empresas e empresários em nome individual. Um projeto muito ligado à economia, àquela economia que cria emprego e que satisfaz necessidades das portuguesas e dos portugueses”, concluiu.