Abril 24, 2024

“Lugares no coração” em exposição no atmosfera m Lisboa

Inaugura a 8 de maio, pelas 17h, no espaço atmosfera m Lisboa, a exposição de pintura e desenho “Lugares no coração”, da artista plástica Helena Jalles

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O espaço atmosfera m Lisboa acolhe, às 17 horas de dia 8 de maio, a inauguração da exposição de pintura e desenho “Lugares no coração”, da autoria de Helena Jalles.

A mostra reúne uma seleção de 47 obras da artista, que retratam lugares relacionados com pessoas, nomeadamente familiares muito próximos, ou porque estes estão presentes, ou porque as obras foram pintadas especificamente para oferecer a alguém e, nesse caso, a paisagem tem implícita uma referência afetiva relativa a essa pessoa. Mas o mais significativo é que esta exposição nos relata uma História de Amor, de uma mãe pelo filho que perdeu, a quem dedicou grande parte da sua vida, o filho que deixou um vazio irreparável e que agora é homenageado nesta exposição.

As técnicas utilizadas nesta seleção de obras são diversas, passando pelo óleo, o acrílico, o pastel seco, a aguarela, a tinta-da-china, a colagem, e variam entre pintura e desenho, recorrentemente optando pela técnica mista.

No dia da inauguração, às 18h30, haverá um momento musical com Madalena Jalles (voz e guitarra) e Leopoldo Gouveia (guitarra).

Onde: Rua Castilho, n.º 5

Quando: 8 de maio

Horário: 17h00 às 20h00

A exposição estará patente até 31 de maio de 2024, de segunda-feira a sexta-feira das 9h às 18h. 

 

Helena Jalles intitulou esta exposição “Lugares no coração”.

A artista tem pintado quadros que evocam paisagens que são memórias de viagens efetivamente realizadas (Turquia, Estados Unidos).

Desta vez a paisagem continua presente, mas são memórias de locais visitados em Portugal, e já não numa única viagem, numa única vez.

A novidade é que estes lugares também estão relacionados com pessoas – ou porque estas estão presentes, nomeadamente familiares muito próximos, como o marido a pescar, ou o marido com o filho ao colo; ou porque as obras foram pintadas especificamente para oferecer a alguém e, nesse caso, a paisagem tem implícita uma referência afetiva relativa a essa pessoa.

Também surgem duas pinturas religiosas, um Presépio, porque é a evocação mais clara à família, e um segundo que representa o Presépio de Alenquer, uma referência do Natal português.

Mas o que é mais significativo é que esta exposição nos fala de uma história de amor. Do amor da mãe pelo filho que perdeu, o filho dependente, a quem dedicou grande parte da sua vida, o filho por quem acabou por deixar outra profissão e optar pela pintura, o filho que deixou um vazio irreparável e que agora vem homenagear. 

As paisagens escolhidas variam entre locais de presença constante como o Pátio Moreira Rato, onde se localiza o seu atelier, ou a Avenida da Torre de Belém percorrida todos os dias; os locais de férias – as praias da costa vicentina, a zona da ponta de Sagres, as diversas praias da região, mas também outras mais próximas de Lisboa, como a Praia Grande, a praia da Arrifana ou as Azenhas do Mar.

Lisboa também está presente, vista da outra banda, e o Porto, Valença e Foz Coa, visitada propositadamente para ser pintada.

Mas Helena Jalles prefere sempre a paisagem rural e aqui temos de destacar as suas vistas do Alentejo, a zona da Amareleja, Mourão, a estrada em perspetiva, onde se evocam as cores outonais, ou os sobreiros destacando-se no meio dos campos.

Ou então, as praias, a presença do mar, da areia das silhuetas dos rochedos.

E claro, os filhos, irmão e irmã enlaçados, e o retrato a óleo do homenageado, do filho, cuja memória envolve toda a exposição.

Que a pintura de Helena Jalles continue a ser o consolo que lhe dá sentido à vida e nos permite desfrutar da sua interpretação da realidade. Pintar será sempre, de algum modo, manter vivo o filho pelo qual escolheu este caminho. 

Margarida Calado