Como proteger os filhos dos riscos da sobre-exposição online

Tem crianças e jovens à sua guarda? Saiba como protegê-los dos perigos da sobre-exposição online com a ajuda de um especialista.
Artigo atualizado a 08-03-2023
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Conteúdos impróprios (como pornografia, violência, ódio e racismo), contactos potenciais por parte de pessoas mal-intencionadas e práticas comerciais e publicitárias não-éticas. Estas são as principais ameaças que as crianças e os jovens enfrentam na Internet. A conclusão é de um relatório final de um programa piloto financiado pela Comissão Europeia em 1999. Tito de Morais, fundador do projeto MiudosSegurosNa.Net, sugere um conjunto de recomendações para proteger os mais novos das ameaças da sobre-exposição online.

Riscos da sobre-exposição online: o que fazer

Como podem os pais garantir que os dados pessoais dos seus filhos estão seguros?

Além da adoção de ferramentas básicas, como rewall, antivírus (anti-spyware e anti-malware), recomenda-se o uso de gestores de passwords, dupla autenticação, comunicações encriptadas via VPN e armazenamento de dados e cópias de segurança encriptadas.

É preciso sensibilizar os jovens para os riscos da sobre-exposição online. Como? Por um lado, abordando temas como a pegada digital e as suas implicações na reputação, presente e futura. Por outro lado, procurando restringir-se o fornecimento dos dados dos filhos e sensibilizá-los contra a cedência indiscriminada de informações pessoais.

O aumento para 16 anos da idade do consentimento contribui para ajudar nesse sentido?

O Regulamento Geral da Proteção de Dados (RGPD) estipula que os menores de 16 anos deverão obter o consentimento parental para aceder a serviços digitais. Uma medida que até agora se situava nos 13 anos. Contudo, este aumento poderá resultar num maior número de crianças e adolescentes a darem informação falsa sobre a sua idade para acederem a esses serviços, contornando possíveis resistências parentais. Isso impedirá os operadores de adequarem as medidas e ferramentas de segurança e proteção da privacidade à idade real dos utilizadores mais novos.

Ou seja, em vez de se colocar o foco na informação, na educação, em serviços e ferramentas que possam contribuir para proteger crianças e jovens dos potenciais riscos da sobre-exposição online, adotar os 16 anos como idade do consentimento poderá contribuir para agravar um problema em vez de o resolver. 

Que outras medidas considera fundamentais?

Haverá sempre pessoas que deliberada ou acidentalmente não respeitam as leis. Por isso, precisamos de outro tipo de abordagens além da abordagem regulamentar, nomeadamente, mais educacional. Seria da maior importância que temas como a proteção de dados, a privacidade, a pegada digital e a gestão da reputação online integrassem o currículo escolar
do pré-escolar ao 12.º ano. E que estas matérias não se limitassem a ações de sensibilização nas escolas com um carácter voluntário. Por outro lado, era importante que houvesse maior divulgação de ferramentas gratuitas de proteção da privacidade.

O que têm os jovens a dizer sobre este tema?

O feedback dos jovens revela preocupações e consciência dos seus direitos e responsabilidades com a sua segurança e privacidade. Assim como com as consequências resultantes da restrição etária imposta pelo RGPD e da responsabilidade dos adultos. Para sabermos o que os jovens têm a dizer-nos recomendo a leitura do Álbum de Recortes no nosso site.

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