Carrinhas da Frota Solidária ajudam IPSS na recuperação pós-pandemia

As IPSS Associação Nomeiodonada – Kastelo (Porto), Centro de Reformados e Idosos do Vale da Amoreira (CRIVA) e Santa Casa da Misericórdia de Boticas acreditam que o veículo atribuído pela edição deste ano da Frota Solidária terá um papel importante na recuperação de 2021.
Artigo atualizado a 30-12-2020

A pandemia não travou o projeto Frota Solidária, da Fundação Montepio, e algumas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) que foram este ano contempladas contam como o veículo que lhes foi atribuído, no dia 15 de dezembro, será uma peça fundamental para alargar serviços e ultrapassar os efeitos da Covid-19.

Carrinha permitirá “aumentar a qualidade dos serviços”

O Centro de Reformados e Idosos do Vale da Amoreira (CRIVA) apoia um grupo de utentes diversificado, “desde crianças a idosos, passando pelas famílias, pessoas em situação de desemprego e respostas reais de centros de convívio para idosos, centros de dia e apoio domiciliário”, bem como projetos para promover a inclusão de jovens em risco, apoio a famílias com Rendimento Social de Inserção (RSI), num total de 2 500 pessoas”, de acordo com Ana Sofia Faria, diretora técnica.

Para uma IPSS como a CRIVA, o veículo atribuído pela Frota Solidária vai aumentar muito a “qualidade dos serviços prestados. A carrinha terá um impacto significativo, permitindo “prestar serviços a mais pessoas”.

Sendo adaptada “para pessoas com necessidades especiais, de cadeira de rodas, irá permitir fazer o transporte de acompanhamento ao hospital. Isso vai ser muito importante para a qualidade dos serviços e aumento de apoio”, realça a responsável, destacando que os idosos serão os principais beneficiados.

Veículo “foi o nosso Euromilhões”

Na Associação Nomeiodonada – Kastelo, o objetivo é apoiar crianças com doenças crónicas, bem como as suas famílias. Um trabalho complexo, dividido em duas áreas, segundo explicou Teresa Fraga. “No polo social apoiamos famílias cujos filhos já estiveram em cuidados intensivos neonatais e pediátricos”, revelou a responsável, acrescentando que a IPSS conta com um polo da saúde, com “crianças dos 0 aos 18 anos com doença crónica”, incluindo “algumas crianças em final de vida”.

No internamento, a associação conta com 16 crianças da rede e duas a nível particular. No ambulatório, dá apoio a 15.

“A carrinha atribuída pela Frota Solidária foi o nosso Euromilhões, porque as crianças, para irem a consultas dos hospitais, têm de recorrer a ambulâncias e, em tempo de pandemia, correm o risco de ser contaminadas”, garante Teresa Fraga.

A responsável refere ainda que, poucos dias depois da atribuição, a carrinha já estava a transportar as crianças ao hospital e às suas casas, algo que poderia ser complicado nos casos em que estão ventiladas, mas cuja necessidade o novo veículo veio colmatar.

“Isto veio melhorar e muito a qualidade de vida das crianças”, assegura Teresa Fraga, salientando que a IPSS pretende também levar estes utentes a passear na carrinha.

Carrinha “permite alargamento da rede de apoio”

A Santa Casa da Misericórdia de Boticas tem 150 idosos numa estrutura residencial, presta apoio domiciliário a 110 pessoas portadoras de deficiência e gere uma creche e jardim-de-infância com 50 crianças.

A viatura do projeto Frota Solidária “destina-se essencialmente ao apoio a pessoas com deficiência, permitindo o alargamento da rede de apoio e transportar mais utentes para o CAO [Centro de Atividades Ocupacionais], além de servir todas as restantes valências, nomeadamente no transporte de idosos com mobilidade reduzida para consultas e hospital”, refere o provedor da instituição, Fernando Campos.

Fundação já entregou 238 carrinhas em 13 edições da Frota Solidária

A 13.ª edição da Frota Solidária, em plena pandemia, foi “diferente e mais morosa em termos da sua preparação logística”, mas o seu objetivo final “foi cumprido com a entrega a IPSS de mais 15 viaturas adaptadas”, refere Maria Angélica Aires, da Fundação Montepio.

“Estas 15 viaturas vão juntar-se às 223 viaturas atribuídas em anos anteriores e que demonstram, nesta altura, ser um complemento bastante útil ao árduo trabalho que as instituições enfrentam no apoio aos seus utentes”, explicou, revelando que, neste momento, o processo de receção de candidaturas para o próximo ano está já fechado.

“Estamos numa fase de análise. O que podemos adiantar é que, face ao valor da consignação fiscal recebida em 2020, muito inferior aos valores recebidos em anos anteriores, a Fundação irá procurar dar resposta ao maior número possível de IPSS, estando sempre em situação preferencial todas aquelas que trabalhem com públicos mais vulneráveis, em especial com as pessoas portadoras de deficiência, com crianças e jovens, com pessoas idosas e com população económica e socialmente mais desfavorecida”, concluiu Maria Angélica Aires.

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