Sobre-endividamento: 5 estratégias para se livrar das dívidas

O problema do sobre-endividamento afeta muitas famílias. É o caso do seu agregado familiar? Não desespere. Neste artigo, encontra estratégias para reduzir as dívidas e evitar ações judiciais desnecessárias.
Artigo atualizado a 14-03-2022

O sobre-endividamento surge quando os rendimentos auferidos são insuficientes para pagar as despesas correntes e as prestações das dívidas contraídas. O resultado? As dívidas deixam de poder ser pagas, e, se nada for feito, a família pode mesmo ter de pedir declaração de insolvência, vendo assim a sua autonomia financeira fortemente condicionada.

Se está a ler este artigo é porque, eventualmente, se encontra sobre-endividado e necessita de ajuda para sair dessa situação. Apesar de não haver uma solução milagrosa para ultrapassar o sobre-endividamento, com algum esforço e muito controlo financeiro é possível aliviar o peso das dívidas no orçamento familiar. O Ei deixa-lhe 5 estratégias que podem auxiliá-lo nesse objetivo.

5 passos para reduzir as dívidas

1. Saiba quanto deve

Uma das primeiras tarefas que terá de fazer é enfrentar os números: saber exatamente quanto deve. Faça um levantamento de todas as suas dívidas, de forma detalhada. Registe, para cada dívida:

  • O montante total em dívida;
  • O valor da prestação mensal;
  • A taxa de juro associada – sempre que aplicável, considere a Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (TAEG), a única que engloba todos os custos associados ao crédito;
  • Data de vencimento;
  • Prazo restante até ao final do empréstimo.

Estes dados vão ajudá-lo a ter uma perspetiva mais ampla das suas responsabilidades e são essenciais para delinear a estratégia a seguir no combate ao sobre-endividamento.

2. Faça um ranking das suas dívidas

Aqui, existem duas metodologias. A mais comum é listar as suas dívidas começando por aquela que tem a taxa de juro mais elevada. A ideia será sempre ir eliminando dívida a dívida, reduzindo assim a sua taxa de esforço para as dívidas seguintes. Durante muitos anos, o método da taxa de juro mais alta reuniu consenso entre os especialistas, uma vez que dita o racional económico. Ao eliminar primeiro os créditos mais dispendiosos, estará a poupar em juros.

No entanto, com a emergência da economia comportamental, o método bola de neve tem vindo a ganhar mais adeptos. Liste as suas dívidas, começando pela que tem o montante em dívida mais baixo (considerando o que falta liquidar até ao final do empréstimo), independentemente da taxa de juro associada. Tal como numa dieta, quanto mais rápido vir resultados do seu esforço, maior motivação terá para continuar.

3. Ajuste as suas despesas

Depois, é necessário ter noção, o mais exata possível, dos seus fluxos de caixa. Ou seja, do dinheiro que entra e sai todos os meses. Poderá utilizar uma simples folha de Excel ou optar por uma das muitas aplicações que existem no mercado. O importante é que registe, de forma continuada, todas as entradas e saídas de dinheiro. Pode agrupar as despesas em categorias – educação, saúde, casa, etc – e é desejável que coloque notas que lhe permitam distinguir entre despesas mensais ou pontuais, de valor fixo ou variável.

Com o tempo, verá que o seu mapa de fluxos de caixa espelhará, de forma mais fidedigna, as suas reais responsabilidades e terá uma noção mais exata sobre para onde vai o seu dinheiro. Só assim conseguirá ajustar as suas despesas, alcançando folga adicional para o pagamento de dívidas.

4. Fale com a sua instituição financeira

Os bancos e as instituições financeiras não têm qualquer interesse no incumprimento dos clientes. O crédito malparado pesa no balanço dos bancos, obrigando-os a constituir provisões para o caso de não conseguirem recuperar essas dívidas. Por isso, não tem nada a perder em tentar renegociá-las junto destas entidades.

O ideal será tentar conseguir uma taxa de juro mais baixa, muito embora nem sempre seja possível. No entanto, os bancos dispõem de outras ferramentas que lhe permitem reduzir o valor da prestação mensal, como o alargamento do prazo total do empréstimo, a carência ou o diferimento de capital.

  • A carência de capital garante-lhe um período durante o qual paga apenas juros do empréstimo, não amortizando capital em dívida.
  • Se optar pelo diferimento de capital estará a adiar o reembolso de parte do montante em dívida para a última prestação do empréstimo.

Deve, no entanto, ter em conta que, qualquer uma destas opções, implica um aumento dos juros totais que terá de pagar no final do empréstimo.

5. Junte os créditos num só

Outra opção no combate ao o sobre-endividamento passa pela consolidação de créditos. Ou seja, juntar todos os créditos num só. Uma solução que lhe permite ganhar liquidez mensal mas que pode sair cara a longo-prazo, uma vez que aumentará o prazo da generalidade dos empréstimos.

Por exemplo, em vez de pagar um crédito ao consumo em um ou dois anos, pode acabar por pagá-lo em 30. No final, vai pagar sempre mais juros. Além disso, deve ter em atenção que um crédito consolidado é, na prática, um novo crédito, o que pode implicar penalizações por reembolso antecipado das dívidas originais. Para quem não consegue fazer face a todas as dívidas, o crédito consolidado é uma opção a considerar, mas faça bem as contas antes de avançar para esta modalidade.

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