Prémio Voluntariado Jovem: modelo inovador destinado ao sucesso
Na edição deste ano, o Prémio Voluntariado Jovem Montepio decorreu em moldes diferentes, com uma intervenção direta no terreno. Os participantes percorreram as ruas do Bairro da Serafina/Liberdade no primeiro dia (19 de janeiro) e depararam-se com uma comunidade com problemas de isolamento, escondida na encosta de Monsanto e Aqueduto das Águas Livres.
Em Campolide habitam 15 608 pessoas, das quais 2 508 pertencem ao Bairro da Liberdade e Serafina, que representa 25% da população juvenil da freguesia. Segundo o Plano de Desenvolvimento Local de 2016, as crianças e jovens deste bairro estão sujeitas a uma maior vulnerabilidade a situações de exclusão social. A análise estatística indica a prevalência de questões de risco, baixas qualificações, desemprego, desocupação e agregados com baixos rendimentos.
Jovens empenhados em encontrar soluções
No sábado, dia 20, os grupos reuniram-se para debater propostas e pensar em soluções para os problemas da comunidade. Cada um dos quatro grupos participantes apresentou as ideias num pitch de dez minutos.
Os projetos que saíram de um dia de brainstorming pretendem revitalizar espaços urbanos, dinamizar a rua com muitas atividades culturais, unir nos mesmos eventos idosos e jovens e aumentar a segurança rodoviária no bairro.
A grande novidade é que para além do projeto vencedor, todos os outros têm a possibilidade de ser implementados, com a ajuda das entidades locais ou outros parceiros. A diretora da Fundação Montepio, Paula Guimarães, já anunciou a disponibilidade para financiar as ideias que sejam aprovadas pelo grupo comunitário da Serafina/Liberdade.
Um dos objetivos do Prémio Voluntariado Jovem Montepio é colocar as instituições a comunicar e a trabalhar em conjunto para resolver problemas do seu território, sublinhou o responsável pelo voluntariado corporativo do Montepio. “Após a atribuição do prémio espera-se que todos os grupos levem ferramentas para implementar os seus projetos no território a que pertencem”, acrescenta Joaquim Caetano.
Todos diferentes, todos iguais por uma Serafina melhor
Ao Prémio Voluntariado Jovem Montepio concorreram o Lar de Santa Estefânia (Guimarães), a Associação de Proteção à Infância Bispo D. António Barroso (Porto), o Centro Social do Soutelo (Gondomar) e o Instituto D. Francisco Gomes – Casa dos Rapazes (Faro).
A escolha destas quatro instituições “não foi por acaso”. “Procurámos instituições de fora do terreno, de vários pontos do país, e que façam trabalho meritório na área da infância e juventude”, explica o responsável do voluntariado corporativo do Montepio
Para participar no prémio, as organizações escolheram jovens voluntários, com idades entre os 16 e os 21 anos, que foram orientados por um tutor da própria instituição, um “ouvinte atento” capaz de replicar no seu território as aprendizagens destes dois dias.
Na visita ao bairro e durante os trabalhos para a criação de um projeto as equipas foram acompanhadas por jovens moradores e outros adolescentes de bairros da Grande Lisboa, denominados “facilitadores”, que transmitiram os códigos e valores de quem vive num bairro. Para que tudo estivesse completo, os grupos contaram também com um tutor do bairro, um adulto que, juntamente com o jovem local, os guiaram pelos caminhos da Serafina.
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