O dinheiro pode comprar felicidade?

Sente-se infeliz porque não tem o dinheiro que gostaria? Então, este artigo interessa-lhe.
Artigo atualizado a 29-12-2021

6 mitos sobre dinheiro e felicidade

1. O dinheiro traz felicidade

“Não é o dinheiro que o faz feliz, mas a forma como o utiliza. Se não sabe como utilizá-lo enquanto veículo para a sua felicidade, usá-lo-á indiscriminadamente e nunca alcançará o que mais valoriza”. Quem o diz é Kathleen Gurney, CEO da Financial Psychology Corporation. A especialista é também autora do livro “Your Money Personality: What It Is and How You Can Profit from It”.

Quer ser feliz?

Um estudo publicado na revista científica Nature Communication conclui que dar dinheiro aos outros provoca uma sensação de felicidade.

No mesmo sentido, Laura Vanderkam considera que “se o dinheiro não pode comprar felicidade, talvez não o esteja a gastar bem”. A autora do livro “All The Money in the World: What the Happiest People Know About Getting and Spending” defende que devemos encarar o dinheiro como uma ferramenta para “adquirir, fazer e olhar por coisas que nos trazem alegria”.

Existem muitas pessoas consideradas “ricas”, por terem uma boa situação financeira, que admitem ser infelizes. Já outras, com contas bancárias mais modestas, vivem felizes. Como ter então uma vida feliz independentemente do dinheiro que se possui? O segredo, segundo Marina Pearson, especialista em coaching, passará por se focar em tudo o que tem, em vez de pensar no que não tem, e por partilhar o que possui em vez de reservar apenas para si.

“O sentimento de segurança não decorre apenas da quantia de dinheiro que tem na conta bancária. Em vez disso, o seu sentimento de segurança depende da forma como pensa no dinheiro e do que possui [além do dinheiro]”, comenta.

2. O dinheiro é um quadro de pontuações

Algumas pessoas acreditam que quanto mais dinheiro tiverem mais competitivas serão e mais vitórias terão, indica Maggie Baker, psicóloga e autora do livro “Crazy About Money: How Emotions Confuse Our Money Choices and What To Do About It”. Contudo, quando o dinheiro é a prioridade número um de uma pessoa, a sua perda diminui consideravelmente a autoestima porque a pessoa está dependente do património que detinha. Assim, essas pessoas acabam por sofrer muito mais, ao contrário daquelas que priorizam a família e os amigos, por exemplo.

3. O dinheiro nunca é suficiente

Pensar assim é um erro comum e uma forma de não ter que lidar com “o que é” em oposição ao que “gostaria que fosse”. De acordo com Kathleen Gurney, muitas pessoas ficam sobreendividadas precisamente na tentativa de alcançar este nível “suficiente” de dinheiro.

O primeiro passo para viver dentro das suas possibilidades é focar-se, em primeiro lugar, nos aspetos mais críticos do seu dia-a-dia (bens e serviços essenciais). Depois, deve pensar na sua segurança financeira (poupança e investimento), e só então refletir como pode fazer crescer o seu dinheiro para cobrir alguns extras que deseja (férias, viagens, carro novo, etc.)

4. Se os outros fazem é porque é uma boa opção e deve fazer o mesmo

Muitas vezes “ouvimos falar e vemos outras pessoas a fazerem determinadas escolhas financeiras e começamos a pensar que devíamos fazer o mesmo”, comenta ainda Kathleen Gurney. Investir nos mercados acionistas, em objetos de luxo ou imobiliário, relegando para segundo plano investimentos mais conservadores, como os depósitos bancários, por exemplo, pode ser uma estratégia adequada para algumas pessoas. No entanto, é importante ter em conta o perfil, os objetivos e aspirações pessoais e a situação financeira de cada um.

Não se deixe influenciar pela forma como os outros aplicam o dinheiro. Tenha presente que uma boa opção para o seu amigo pode ser inadequada para si. “O caminho para alcançar um maior sentimento de felicidade está dentro de si e não em replicar o que os outros fazem”, conclui Kathleen Gurney.

5. Pode aplicar “de olhos fechados” os conselhos dos gurus financeiros

Tenha cuidado com as dicas financeiras apresentadas como sendo adequadas para todos os investidores (“one-size-fits-all financial tips”). Cada pessoa é um caso único. Fatores como os objetivos, a idade e o perfil de risco têm que ser tidos em consideração. Assim, da mesma forma que procura um especialista quando tem um problema de saúde, por exemplo, deve fazer o mesmo quando necessita de aconselhamento financeiro.

6. Uma gestão eficiente do dinheiro faz-se sem grande esforço

Gerir o seu orçamento “exige um verdadeiro compromisso e atenção aos detalhes”, alerta Maggie Baker. O processo passa por uma análise minuciosa de todos os aspetos financeiros da sua vida, nomeadamente, contas, créditos, hábitos de consumo e objetivos de curto, médio e longo prazo. Dê alguma atenção às suas finanças todos os dias. Dessa forma, terá uma compreensão profunda da forma como gasta o dinheiro. E, por último, faça os ajustes necessários.

 

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