Partilha de casa: Já conhece o co-living?

Quer morar em zonas nobres da cidade a um preço competitivo, sem contrato de arrendamento e com a possibilidade de dividir as despesas comuns? O co-living pode ser a solução ideal para si.
Artigo atualizado a 26-10-2018

O entusiasmo à volta do co-living, um dos conceitos habitacionais em crescimento nas grandes cidades mundiais, é partilhado por milhares de jovens, trabalhadores expatriados, investigadores ou apenas profissionais em início de carreira e que procuram um espaço onde possam viver sem custos elevados e obrigações contratuais. A maioria destas empresas disponibilizam quartos com várias camas ou beliches, cozinhas equipadas e Internet de alta velocidade, garantem um espaço mobilado e bem decorado, onde o design é levado ao pormenor.

Ao preço mais acessível, quando comparado com o mercado de arrendamento tradicional, soma-se a vantagem face a um contrato normal. Ao optar por este serviço, o inquilino não precisa de assinar um contrato por longos períodos de tempo. Além disso, não tem de fazer prova de rendimentos fixos, nomear um fiador ou, até, mobiliar o apartamento. Características interessantes para quem se mudou recentemente para uma cidade ou pretende um alojamento temporário. O co-living é ideal para pessoas que viajam sozinhas.

O boom do mercado imobiliário

Há dois anos que o valor médio de arrendamento, tanto em Lisboa como no Porto, é cada vez menos atrativo para os jovens. A sobrevalorização dos apartamentos, com os preços por metro quadrado a baterem recordes, e a fraca oferta de casas para arrendar, têm empurrado os millennials para soluções como o co-living. A somar a isto, a interação entre os diferentes residentes, favorecida pela existência de espaços comuns que permitem a socialização, é considerado um fator positivo e até crucial. Características que, aliadas à flexibilidade de arrendamento, permitindo diferentes períodos de ocupação, compõem a receita perfeita para aliciar cada vez mais jovens ao co-living.

“As nossas cidades têm muito boas condições para atrair residentes não habituais ou temporários”, adianta Marta Costa, diretora de research e consultoria na Cushman & Wake eld. A segurança, a elevada qualidade de vida e a boa oferta de ligações aéreas favorecem a opção por Portugal.

É também nisto que acredita Emmanuel Guisset. “Lisboa é um grande centro para nómadas digitais. É um ótimo lugar para se viver”, afirma o CEO da empresa de co-living Outsite. Foram razões suficientes, no seu ponto de vista, para juntar a capital portuguesa a uma lista de 14 cidades nas quais o seu conceito já está implementado.

O novo paradigma da habitação

Outsite é uma das empresas que está a revolucionar o mercado imobiliário em Lisboa. Possui um empreendimento com 30 camas no Cais do Sodre.  E tem promovido uma nova forma de vivência que nasce de um conceito mais abrangente chamado sharing economy – ou economia colaborativa. Este movimento, em grande parte provocado pelas alterações sociológicas que o avanço tecnológico tem incentivado, assenta no princípio de partilha de meios humanos e físicos, reduzindo os custos de investimento e o valor final do produto para o consumidor. O co-living é um bom exemplo dessa filosofia mas aplicado ao imobiliário.

“Será certamente um dos caminhos futuros de evolução do imobiliário. Mas nunca abrangerá todo o mercado. A ocupação tradicional do imobiliário continuará a existir e muito provavelmente continuará a ser predominante”, refere Marta Costa. Contudo, é suficientemente significativo para abanar o setor. Sendo que todo o mercado do imobiliário está já de olhos postos neste novo conceito. “O co-living e outros conceitos de co-property são classificados como setores alternativos no imobiliário. Mas cada vez mais chamam a atenção dos investidores, nacionais e internacionais”, adianta a responsável.

 

Nota: Este artigo foi originalmente publicado na edição 28 da revista Montepio. Clique aqui para descarregar a revista.

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