Humberto Barbosa: “Há uma grande inovação nas especialidades que tratam a longevidade”
Sempre que é entrevistado, Humberto Barbosa fala dos quatro princípios da sua fórmula para atingir a longevidade. Nesta entrevista exclusiva ao Ei, o fundador e chief executive officer (CEO) da Clínica do Tempo não foge à regra e explica como podemos manter-nos saudáveis por mais anos. Mas abordou, também, os motivos que o levaram para a área da nutrição e longevidade e ainda que futuro antevê para o seu projeto empresarial.
No título do seu último livro afirma ter uma fórmula simplificada para atingir a longevidade num corpo belo e saudável. Quais os princípios desta fórmula?
Faço muitas palestras, em Portugal e no estrangeiro, sobre longevidade. No período final das perguntas e respostas, há sempre alguém que questiona se, na minha opinião, nos tempos mais próximos, será criado um comprimido que nos permita viver mais anos. Respondo que existe uma boa e uma má notícia. A má é que essa não deverá ser uma realidade nas próximas décadas. A boa é que a fórmula da longevidade existe, está dentro de nós e é baseada em quatro fatores essenciais: alimentação saudável, prática regular de exercício físico, controlo do stress e equilíbrio emocional.
Tendo em conta o que observa no dia a dia, pode dizer-se que os portugueses cumpriram estes princípios-base durante a pandemia?
Não propriamente. O teletrabalho fez com que as pessoas tivessem uma relação de maior proximidade com o seu frigorífico, pelo que os pecados gastronómicos foram maiores e mais frequentes. Os resultados? Portugueses com mais peso, mais gordura e com um aumento de risco de doença cardiovascular.
De que modo as pessoas podem alcançar cada uma destas quatro metas com simplicidade e sem fazerem demasiados sacrifícios pessoais ou físicos?
O primeiro grande passo é consultar um especialista em longevidade que possa traçar um plano personalizado de reeducação alimentar e comportamental, de acordo com as suas necessidades, características e vivências.
Os mais jovens preocupam-se menos com a longevidade do que as pessoas mais velhas? Se sim, quais os argumentos para trazer este público para a Clínica do Tempo?
Os mais jovens estão, geralmente, preocupados com questões mais estéticas, relacionadas com excesso de gordura localizada em partes específicas do corpo. Independentemente da sua motivação ser estética, a nossa abordagem é sempre feita do ponto de vista da saúde. Nesses casos, explicamos aos nossos clientes mais jovens que a doença que mais vitima no mundo inteiro, e em Portugal, não é o cancro mas sim a cardiovascular, causada maioritariamente por excesso de gordura. Quando eliminamos essa gordura de uma forma definitiva e saudável, estamos a diminuir esse risco no nosso horizonte.
Por outro lado, que conselhos daria a uma pessoa que caminha para a terceira idade e que já não tem a mesma energia e saúde que noutros tempos. Por exemplo, já não consegue praticar atividades físicas com vigor. É possível, mesmo assim, prolongar a longevidade?
Mantendo todos os princípios da fórmula da longevidade é possível viver mais anos, com mais saúde. Um primeiro grande passo é fazer um check-up ortomolecular que permite saber, além da idade biológica de um indivíduo, aquilo que está em falta no seu organismo – vitaminas e minerais – e o que se encontra em excesso – metais tóxicos e radicais livres.
Após obtermos estes resultados é possível fazer as correções necessárias para tornar o nosso organismo mais saudável e equilibrado. Se, além disso, for igualmente feita uma Análise da Composição Corporal, para determinar o excesso de gordura no organismo e posteriormente a sua eliminação da forma totalmente natural, o nível de risco de morte prematura diminui drasticamente.
Conta que, enquanto jovem, surpreendia-se com a discrepância da idade média de vida das pessoas que o rodeavam. Foi esta experiência que o levou para a área da nutrição e, mais tarde, para a especialização em antienvelhecimento?
Na minha infância conheci pessoas que morreram aos 40 e poucos anos, vítimas de enfarte e acidentes vasculares cerebrais (AVC), mas também outras que viveram para além dos 100 anos. Anos depois, apercebi-me que, por um lado, as pessoas que morreram antes dos 50 não tinham excesso de gordura no organismo. Aquelas que tiveram uma longevidade centenária, por outro lado, faziam uma alimentação saudável e bastante exercício físico. Não eram pessoas stressadas e eram emocionalmente muito equilibradas.
Tem 40 anos de experiência. Como tem evoluído a área da nutrição e do antienvelhecimento ao longo destas quatro décadas, ao nível da inovação e da predisposição das pessoas em aceitar ajuda para prolongar a longevidade?
Existe uma grande inovação tecnológica ao dispor das especialidades clínicas que se dedicam a tratar a longevidade e o excesso de gordura. Por essa razão, hoje é bem mais fácil, mais rápido e mais seguro conseguir inverter o processo de envelhecimento. O programa eEspecial Anti-Aging – que criámos na Clínica do Tempo – complementa a reeducação alimentar e comportamental com tratamentos de modelação corporal tecnologicamente avançados.
A paixão pelo bem-estar e longevidade passou de pai para filho. Como vê o seu filho seguir-lhe as pisadas e de que modo a geração mais jovem de nutricionistas encara o tema do antienvelhecimento e longevidade?
Os meus três filhos trabalham comigo. A Sofia é advogada e integra o departamento jurídico, o Augusto é o diretor de marketing e comunicação e o Tomás, o meu filho mais novo, seguiu as minhas pisadas e está a assegurar a longevidade do conceito.
A Clínica do Tempo é parceira da Associação Montepio. Que balanço faz desta parceria e qual o primeiro passo que os associados Montepio devem dar para beneficiar de descontos na sua clínica?
A Associação Montepio é uma excelente parceira da Clínica do Tempo e os benefícios são mútuos. Por um lado, as condições especiais por nós criadas para os associados Montepio tornam ainda mais fácil uma visita à Clínica do Tempo e o acesso aos nossos programas. Por outro lado, o facto de se tornarem mais saudáveis e viverem mais tempo também significa que serão associados Montepio por mais anos.
A nossa relação com o Grupo Montepio tem a mesma idade da minha vivência profissional, pois quando comecei a trabalhar, há quatro décadas, foi o Banco Montepio que apoiou a abertura da minha primeira clínica. Por essa razão, 40 anos depois, continuo juntamente com as empresas que integro, a ser cliente Montepio.
Para terminar: se voltasse a ter 12 anos com o conhecimento que tem, que opções diferentes tomaria para aumentar a longevidade?
Não faria grandes mudanças, uma vez que desde sempre coloquei em prática a fórmula da longevidade que preconizo.
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