10 estratégias para ser um ás da comunicação

Alguma vez pensou que todos os problemas de comunicação são um problema de compreensão? Carla Rocha, locutora de rádio, apresenta estratégias para se “tornar um grande comunicador”.
Artigo atualizado a 05-06-2020

Como ser um ás da comunicação

1. Seja assertivo.

A assertividade passa por “escolher um dos lados”, revelar as suas opiniões e vontades próprias, fazer escolhas e tomar decisões. Eis algumas ferramentas sugeridas por Carla Rocha para praticar a assertividade: pensar antes de falar, ser claro, direto e honesto e evitar dizer que “sim” quando na verdade queria dizer que “não”. “Ser assertivo implica ser tão claro e direto que não fica margem para equívocos”.

2. Escute mais do que fala.

Para ser um bom comunicador é importante saber ouvir. “É na escuta que percebemos o ponto de vista do outro e encontramos pontos comuns”, salienta a autora. Por isso, é fundamental treinar o seu lado de bom ouvinte. Algumas táticas para praticar a escuta ativa passam por: concentrar-se na pessoa que fala consigo; mostrar que está a compreender o que lhe dizem, mantendo o contacto visual e uma postura aberta e de acolhimento, ou acenando com a cabeça; evitar interromper a conversa e encorajar o outro a falar.

3. Fale de modo simples e acessível.

“Fuja do «compliquês»”, recomenda Carla Rocha, que cita uma frase de Leonardo da Vinci para reforçar a ideia: “a simplicidade é o último grau de sofisticação”. Inspire-se neste princípio e afaste a ideia de que comunicar eficazmente exige um “extenso vocabulário”. “Para que a comunicação resulte, é necessário que seja compreendida por todos os que a ela têm acesso. A melhor estratégia para o conseguir é falar a linguagem de quem ouve”. Faça tudo para que a sua mensagem seja “clara, simples e memorável”. Aposte em frases curtas e treine o poder de síntese.

4. Conte histórias.

“Todas as histórias valem ouro” e “quase toda a gente fica presa a uma história quando é bem contada”, indica Carla Rocha. Podem ser histórias pessoais, de terceiros, de marcas ou de empresas. Lembre-se: “As histórias são tão antigas como a humanidade e podem ser uma estratégia eficaz para captar a atenção e tornar a nossa mensagem memorável”. Quando estiver a estruturar a história que vai contar tenha em consideração: a sua essência, o acontecimento ou situação, as pessoas que intervêm, o obstáculo a superar, o processo escolhido para ultrapassar o obstáculo, a resolução da história e a lição aprendida.

5. Ponha-se no lugar do outro.

Esforce-se por criar empatia. “Calce os sapatos dos outros, mesmo que lhe fiquem apertados”, recomenda Carla Rocha. A autora adianta que “é através da empatia que se criam as pontes de comunicação entre pessoas”. Evite julgar o outro enquanto ele fala, comparar-se a ele e acreditar que o seu ponto de vista é que está correto. Evite também querer responder rapidamente e interromper constantemente o seu interlocutor.

6. Mantenha-se de mente aberta.

“Não se feche na sua concha”. O livro Fale menos, Comunique mais apresenta algumas regras a seguir sempre que estiver a comunicar: seja flexível e não tente ter sempre razão, procure ter autocontrolo nas situações mais desafiantes, escute atentamente o ponto de vista do outro e só depois responda. Pense antes de falar – evite falar impulsivamente –, não critique o que não conhece, admita os erros e esteja aberto ao compromisso e à negociação.

7. Tenha atenção à sua linguagem corporal.

Mesmo em silêncio pode já estar a transmitir mensagens. Quando estiver a comunicar com uma plateia mantenha-se direito; movimente-se com moderação (deslocar-se exageradamente pode revelar tensão e impaciência); fale com as mãos, deixando-as “fluir ao sabor das suas palavras”, mas “nada de movimentos exagerados”. Aposte no sorriso, revelador de que “a sua postura é aberta, amigável e acessível”, e mantenha o contacto visual com quem conversa.

8. Fale visualmente.

Carla Rocha sublinha a importância de “escolher as palavras mais nítidas e coloridas”, de modo a que as pessoas que ouvem consigam visualizar a história que as palavras vão contando. Lembre-se que é o que acontece na rádio: “Contamos histórias com cores vivas e brilhantes, descrevemos texturas e formas. Damos um rosto às nossas personagens e emoção às palavras, sem mostrar qualquer imagem”, partilha a locutora.

9. Seja autêntico.

O que é ser autêntico? O livro Fale menos, comunique mais indica que é ser “verdadeiro, legítimo, genuíno”, que não deixa dúvidas, que é real e positivo. Carla Rocha recomenda: “Leve-se para dentro da sua comunicação. E não tenha dúvidas: ser autêntico é mais importante do que ser perfeito”. A locutora aconselha também que humanize a sua comunicação, sem ter medo de se expor e de revelar quem é. “Como? Qual é a sua paixão? Esta pode ser a pergunta que o ajuda a encontrar a forma certa para humanizar a maneira como comunica, especialmente em contexto de trabalho”.

10. Aposte no humor.

Carla Rocha recorda que “o humor tem benefícios inquestionáveis: liberta o stress, melhora a nossa capacidade de aprender e de resolver conflitos, aumenta a produtividade”. A autora partilha algumas táticas para introduzir o humor na comunicação. Pode usar “um vídeo engraçado para reforçar o seu ponto de vista”, recorrer a situações engraçadas e a “histórias inusitadas”. Mas, antes de as partilhar com o seu público-alvo, faça um teste e conte-as a algumas pessoas mais chegadas.

Sobre Carla Rocha:

É licenciada em Ciências da Comunicação e pós-graduada em Gestão de Marketing, Comunicação e Multimédia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão. A locutora da Renascença é também docente na licenciatura de Ciências da Comunicação da Universidade Europeia e formadora na área da comunicação. Carla Rocha é ainda coordenadora do programa Atletas Speakers, desenvolvido pela Comissão de Atletas Olímpicos de Portugal.

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