Como escolher um fundo de investimento, passo a passo

Antes de aplicar as poupanças num fundo de investimento é necessário saber como funciona este tipo de produto financeiro e quais as suas vantagens e inconvenientes.
Artigo atualizado a 14-06-2022

Através dos fundos de investimento, os investidores ganham acesso a um vasto leque de estratégias e ativos. Além de garantirem uma gestão especializada, estes produtos permitem diversificar a poupança com pouco dinheiro. E o potencial de retornos é superior. Mas também se pode perder. Saiba que passos deve dar para escolher o fundo de investimento que melhor se adapta a si.

1. Definir o perfil de risco

Antes de mais é fundamental saber qual o seu perfil de risco. Investidores mais conservadores e que não estão dispostos a assumir perdas de capital, ainda que momentâneas, não deverão, por exemplo, investir em ações ou mercados mais arriscados.

A principal vantagem dos fundos é…

O facto de permitirem a exposição a todas as classes de ativos, através de um investimento diversificado e especializado. Para investidores com poucos conhecimentos dos mercados ou pouco capital, são a melhor solução.

 

Já aforradores disponíveis a assumir um pouco mais de risco, para obterem retornos mais elevados, poderão privilegiar uma estratégia dinâmica, focada em fundos que dão prioridade a uma gestão mais agressiva. “A aplicação em fundos pode contribuir para um aumento das rendibilidades, sendo certo que essa diversificação e a tomada de risco deve ser feita caso a caso; não existe um fato que sirva a todos”, explica José António Gonçalves, administrador da Montepio Gestão de Activos.

De acordo com o responsável, “cada aforrador tem um perfil de risco (tolerância às perdas e à variabilidade do valor investido, quer em valor absoluto ou em valor percentual) e um horizonte de investimento (que está muito ligado aos objetivos da poupança) próprios”.

2. Determinar o objetivo de poupança

Poupar para a reforma, constituir um fundo de emergência ou poupar para comprar um carro novo. Estes são objetivos de poupança distintos, que exigem estratégias de investimento diferentes. Quem está a fazer um complemento para a reforma poderá optar por um tradicional plano poupança reforma (PPR) ou privilegiar uma estratégia mais ativa, que vai reduzindo o risco à medida que se aproxima da idade da reforma. Já um investimento de curto prazo poderá, por exemplo, ser feito através de um fundo de tesouraria ou de um fundo monetário.

3. Escolher um fundo de investimento

Definido o perfil de risco e o objetivo de poupança, o investidor pode passar à fase de seleção do fundo de investimento. Fatores como a rendibilidade de longo prazo, o risco e a volatilidade do fundo de investimento devem ser considerados. É fundamental perceber quais os retornos gerados pelos gestores nos últimos anos, considerando sempre um período longo e nunca inferior a cinco anos.

As comissões cobradas pelos fundos também têm impacto direto na rendibilidade gerada. Ou seja, um fundo de investimento pode apresentar um retorno elevado mas se as comissões forem muito altas pode compensar escolher um produto com um desempenho idêntico, ou ligeiramente inferior, mas com custos mais baixos. O risco assumido pelos gestores na sua política de investimento é mais um aspeto que merece atenção. Um bom gestor consegue melhores retornos, assumindo o mesmo tipo de risco.

Quem estiver a considerar investir através de fundos deve sempre privilegiar uma aposta diversificada por regiões e classes de ativos E ter em mente que um investimento em fundos deve ser sempre de longo prazo. Os especialistas recomendam que os investidores mantenham um fundo de ações por um período mínimo de três a cinco anos. Logo, não deve considerar este capital para necessidades de liquidez de curto prazo.

4. Estar atento às oportunidades

A escolha de um fundo de investimento não pode, contudo, descurar as tendências do mercado. Antes de adquirir uma participação num produto de investimento pondere as oportunidades apontadas pelos analistas para as várias classes de ativos e decida em que tipo de setores ou ativos quer investir. Existem fundos para as mais variadas classes de ativos que, dentro dessas categorias, podem ser mais ou menos focadas em determinados temas de investimento.

“O investimento em fundos reveste-se de uma flexibilidade que permite a sua adequabilidade a todos os clientes”, remata o administrador da Montepio Gestão de Activos.

5. Ler a informação contratual

Ler a informação contratual dos fundos é outro dos cuidados a ter antes do investimento. “O potencial cliente deve ler os documentos constitutivos dos fundos onde pretende investir. Isto é, o prospeto do fundo e o IFI (Informações Fundamentais Destinadas aos Investidores). Nesta primeira fase deve assegurar-se que a política de investimento do fundo corresponde ao que pretende (em termos de exposição a classes e segmentos de ativos). E qual o perfil de risco do fundo”, garante José António Gonçalves.

De acordo com o mesmo responsável, “a leitura destes documentos permite ainda conhecer claramente as comissões que incidem sobre o fundo e sobre o participante, as condições de resgate (ou seja, em que condições pode reaver o seu investimento, nomeadamente se existem ou não comissões de resgate e quanto tempo de pré-aviso é necessário) e a liquidez da sua aplicação. Todos estes elementos podem ser comparados para os fundos que está a analisar”.

Ainda que não estejam abrangidos pelo Fundo de Garantia dos Depósitos, existindo sempre risco de perdas de capital, o administrador da Montepio Gestão de Activos lembra que os montantes investidos “integram um património autónomo dos participantes, o que significa que os ativos do fundo não respondem por dívidas da entidade gestora ou do banco depositário, por exemplo”.

6. Acompanhar a evolução do capital e retorno

Constituído o investimento, é fundamental acompanhar a evolução do capital e o retorno gerado. Mas tendo sempre em conta que a finalidade não é gerar rendibilidades imediatas. Não se precipite, deixe a equipa de gestão fazer o seu trabalho. Os resultados só chegarão com o tempo.

Sabia que…

A origem dos primeiros fundos de investimento remonta ao final do século XVIII, início do século XIX. Terá sido um comerciante holandês chamado Adriaan van Ketwich a criar um produto que promovia a diversificação do investimento através da participação de vários cidadãos. Desde então muito mudou. E os fundos de investimento tornaram-se um dos instrumentos financeiros preferidos dos investidores mundiais.

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